Lula diz que cidadãos não podem ferir soberania dos países, após Meta anunciar fim da checagem

Presidente diz ser 'extremamente grave' que a comunicação digital não tenha responsabilidade; empresa anunciou encerramento da checagem de fatos nas suas plataformas nos Estados Unidos

9 jan 2025 - 13h09
(atualizado às 13h32)
Lula, presidente da República, no ato em memória ao 8 de Janeiro no Palácio do Planalto
Lula, presidente da República, no ato em memória ao 8 de Janeiro no Palácio do Planalto
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que fará uma reunião nesta quinta-feira, 9, para discutir a decisão da Meta - dona do Facebook, do Instagram e do Whatsapp - de encerrar a checagem de fatos em suas plataformas nos Estados Unidos. De acordo com ele, o governo defende que cada país tenha sua soberania.

"Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha mesma responsabilidade de um cara que comete um crime na imprensa escrita", afirmou Lula a jornalistas nesta manhã. "É como se um cidadão pudesse ser punido porque faz uma coisa na vida real e pudesse não ser punido porque faz a mesma coisa na digital."

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Lula disse que o que quer, "na verdade, é que cada país tenha sua soberania resguardada". "Não pode um cidadão, dois cidadãos, três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação."

A Meta anunciou na terça-feira, 7, mudanças profundas em suas práticas de moderação de conteúdo. Na prática, elas acabam com o programa de checagem de fatos da gigante, uma política instituída para reduzir a disseminação de desinformação na rede social.

Agora, em vez de contar com organizações independentes de checagem de informações, a Meta dependerá dos próprios usuários para acrescentar correções às publicações que possam conter informações falsas ou enganosas.

Nesta quarta, 8, no evento em memória aos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, Lula afirmou que o governo brasileiro não vai ser tolerante com fake news. Segundo o presidente, as desinformações colocam a vida de pessoas em risco e promovem o ataque às instituições.

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"Não seremos tolerantes com os discursos do ódio e as fake news que colocam em risco a vida de pessoas e (levam) à incitação à violência contra o Estado de Direito", disse.

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