O presidente Lula afirmou que se reunirá nesta quarta-feira, 20, com o líder ucraniano Volodimir Zelenski, em Nova York. Segundo Lula, a conversa será "sobre os problemas que ele quer conversar comigo".
Aos jornalistas, Lula disse que a expectativa é que a conversa seja a respeito dos problemas de cada país, e as visões de cada um.
A Folha de S. Paulo publicou que Lula deve manter na reunião a proposta que vem defendendo de criação de um "clube da paz", um grupo de cinco países sem interesse direto no conflito entre Rússia e Ucrânia para mediarem uma solução pacífica.
Nos EUA, Lula falou rapidamente com a imprensa ao voltar para o hotel, depois de um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sergio Danese, em Nova York. Lula está na cidade para a Assembleia-Geral da ONU. No evento, ele encontrou com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
O petista disse que o pedido de uma reunião bilateral partiu de Zelenski, e que aceitou a solicitação com duas possibilidades de horários. A previsão é que o encontro aconteça às 17h do horário de Brasília, no hotel em que Lula está hospedado.
Desencontro
A reunião acontece depois de rumores de um desencontro entre os dois presidentes durante a cúpula do G7 em Hiroshima, em maio. Os dois participaram como convidados, e na ocasião, o governo brasileiro disse ter oferecido três horários ao ucraniano, mas ele não teria aparecido.
O líder ucraniano apresentou uma versão diferente mais tarde, dizendo que a culpa pelo episódio não tinha sido de sua equipe. Ele alfinetou Lula dizendo que falta apoio para a criação de um tribunal especial internacional que julgue crimes de agressão na guerra e disse, de forma irônica, que o líder brasileiro quer ser "original" em suas propostas.
Reunião com Biden
Em Nova York, Lula reforçou que também se reunirá com Joe Biden, antes da reunião com Zelenski. "É a primeira vez em 500 e tantos anos de existência do Brasil que você senta com um Presidente da República americana em igualdade de condições para discutir um problema crônico", afirmou, segundo a Folha.
Os dois presidentes devem apresentar uma iniciativa conjunta entre Brasil e Estados Unidos a respeito do trabalho decente no século 21. "Vamos ver se apontamos para a sociedade, e sobretudo para a juventude, uma alternativa", disse.
Questionado se gostou do discurso feito na manhã desta terça, o presidente respondeu aos jornalistas: "Gostei, fui eu que fiz".
Lula também deve se reunir nesta quarta com o presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e com o presidente do Paraguai, Santiago Peña.
O retorno para Brasília está marcado para esta noite. Antes, a previsão era de que Lula voltasse na quinta-feira, 21, de manhã, mas a volta foi antecipada.