Em evento realizado na noite desta sexta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ignorou a lista divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com os nomes dos políticos que serão investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato. A divulgação da lista foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki.
O evento em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) marcou o lançamento da TVT Digital (TV dos Trabalhadores). Em seu discurso, Lula fez críticas à grande imprensa e falou da importância de uma emissora comandada pela classe trabalhadora, deixando de lado qualquer menção à lista da Lava Jato.
Ao final do evento, quando se preparava para entrar no carro e deixar o sindicato, Lula chegou a ser questionado sobre a lista por jornalistas, mas não respondeu – apenas acenou aos repórteres.
A lista dos inquéritos abertos pelo STF inclui políticos de seis partidos (PT, PP, PMDB, PTB, PSDB e Solidariedade), entre eles estão os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente. Também integram a relação o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e Fernando Baiano, suposto operador do PMDB no esquema. Em sua decisão, Teori considerou cabível a investigação porque há indícios de crimes e não foram verificadas "situações inibidoras do desencadeamento da investigação".
Com a abertura dos inquéritos, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderá reunir mais provas para depois decidir se oferece denúncia ou não contra os envolvidos. As investigações serão relatadas por Zavascki, que foi sorteado para cuidar dos casos relacionados à Operação Lava Jato. Caberá ao ministro ser a ponte entre a PGR e investigadores da Polícia Federal, decidindo sobre eventuais pedidos de diligências ou quebras de sigilos, por exemplo.
Senadores
Renan Calheiros (PMDB-AL) - presidente do Senado
Benedito de Lira (PP-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Gladison Cameli (PP-AC)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Investigação chegou aberta ao STF e foram autorizadas diligências
Fernando Collor (PTB-AL)
Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Deputados
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - presidente da Câmara
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - ex-ministro das Cidades e deputado
Afonso Hamm (PP-RS)
Anibal Ferreira Gomes (PMDB-CE)
Arthur de Lira (PP-AL)
Carlos Magno Ramos (PP-RO)
Eduardo da Fonte (PP-PE)
João Sandes Junior (PP-GO)
Jerônimo Goergen (PP-RS)
José Linhares da Ponte
José Mentor Neto (PT-SP)
José Olimpio Silveira Moraes (PP-SP)
José Otávio Germano (PP-RS)
Lázaro Botelho (PP-TO)
Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG)
Nelson Meurer (PP-PR)
Renato Molling (PP-RS)
Roberto Balestra (PP-GO)
Roberto Coutinho Teixeira (PP-PE)
Roberto Pereira de Britto (PP-BA)
Simão Sessim (PP-RJ)
Valdir Maranhão (PP-MA)
Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS)
Outros
Aline Corrêa (PP-SP) - ex-deputada
Mario Negromonte (PP) - ex-ministro das Cidades
Roseana Sarney (PMDB-MA) - ex-governadora do Maranhão
João Vaccari Neto - tesoureiro do PT
Fernando Baiano - empresário, apontado como operador do PMDB
Cândido Vacarezza (PT-SP) - ex-deputado
João Alberto Pizzolatti Jr (PP-SC) - ex-deputado
João Felipe de Souza Leão (PP-BA) - ex-deputado
Luiz Argôlo (SD-BA) - ex-deputado
Vilson Covatti (PP-RS) - ex-deputado
Pedro Corrêa (PP-PE) - ex-deputado, codenado no mensalão
Pedro Henry (PP-MT) - ex-deputado, condenado no mensalão
Autos voltaram para origem
Antonio Palocci