Lula é aconselhado a evitar declarações sobre conflito entre Israel e Irã

Justifica é de que, no ano passado, ao tentar mediar conflitos, como entre Israel e Hamas, o presidente acabou gerando desgaste

15 abr 2024 - 12h53
(atualizado às 13h43)
Resumo
Presidente Lula é aconselhado a manter distância do conflito entre Israel e Irã, devido a episódios anteriores quando tentou mediar conflitos internacionais e gerou desgastes.
Israel divulga vídeo de caças abatendo drones do Irã
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O entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem recomendado que o petista mantenha uma distância segura do conflito entre Israel e Irã. A justifica é de que, no ano passado, ao tentar mediar os conflitos entre Ucrânia e Rússia e entre Israel e Hamas, o mandatário brasileiro, embora com boas intenções, acabou gerando desgaste. As informações são da CNN Brasil.

No ápice da guerra entre Israel e Hamas, Lula comparou as ações das forças israelense em Gaza ao holocausto --genocídio cometido por Hitler contra os judeus na Segunda Guerra. As declarações foram utilizadas como "munição" política pela oposição e foram consideradas um dos fatores, segundo institutos de pesquisa, que solidificaram a rejeição do eleitorado evangélico ao presidente petista.

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Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília
12/12/2023
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília 12/12/2023 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Por isso, a orientação é que as manifestações sejam conduzidas pela diplomacia brasileira e que, se questionado, Lula faça declarações genéricas, como em defesa de um entendimento que evite um conflito armado.

No Palácio do Planalto, a percepção é de que já é hora de o presidente dar prioridade à agenda interna brasileira e evitar que posicionamentos internacionais ofusquem as conquistas da atual gestão.

Em comunicado divulgado no sábado, 13, o Itamaraty disse que o governo brasileiro acompanha com "grave preocupação" os "relatos sobre o envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel".

Entenda 

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Um inédito ataque direto foi lançado pelo Irã contra Israel na noite deste sábado, 13, e utilizou drones-kamikaze não tripulados e mísseis. Segundo Israel, foram mais de 300 artefatos lançados, mas o sistema de defesa israelense conseguiu interceptar a maioria deles. 

TV iraniana mostra drones 'kamikaze' utilizados no ataque contra Israel
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O ataque ocorreu depois de Israel atacar um consulado iraniano em Damasco, na Síria, e matar sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, entre elas, um general, o que foi visto pelo país como um ataque direto à nação. O governo prometeu retaliação. O caso gerou um ‘alerta máximo’ às forças de segurança israelita.

De acordo com um levantamento feito em 2023 pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), o Irã é segundo país do Oriente Médio com mais contingente militar, ficando atrás somente do Egito. Ao todo, são 650 mil militares. Só a Guarda Revolucionária é responsável por 190 mil desses combatentes. 

Enquanto isso, Israel possui 177,5 mil pessoas em seu efetivo, contando com militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e outras forças nacionais. Os reservistas convocados quanto há conflito não estão dentro deste número. 

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Armamento bélico

Em relação a arsenais de mísseis balísticos e drones, o do Irã também é um dos maiores do Oriente Médio. Isso inclui mísseis de cruzeiro e antinavio, além de balísticos, com alcances de até 2 mil quilômetros. 

Israel divulga imagens de ataque a drone interceptado no domingo
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Um dos equipamentos usados no ataque contra Israel foi o drones-kamikaze, modelo Shahed-136. Segundo o portal internacional de notícias da indústria de defesa Army Technology, o item origem iraniana é fabricado pela Empresa Industrial de Fabricação de Aeronaves do Irã (Hesa), uma subsidiária da Organização das Indústrias de Aviação do Irã (IAIO), uma empresa estatal controlada pelo Ministério da Defesa e das Forças Armadas iraniana.

O modelo, que existe desde 2021 e pesa 200kg, possui o formato de asa delta, com 3,5m de comprimento e 2,5m de largura. Ele consegue transportar até 40kg de ogivas e pode ser montado e lançado a partir de um caminhão militar ou comercial. O drone pode atingir uma velocidade máxima de 185 km/h. Conforme a Reuters, uma característica da nave é que a baixa assinatura radar, ou seja, é difícil de ser detectada.

Contribuindo para o arsenal aéreo, o Irã tem 551 aeronaves, entre eles, estão 186 aviões de aviões de caça e 23 de ataque. Já Israel possui mais unidades: 612 aviões, contando com 241 de caça e 39 de ataques.

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Nas forças terrestres, de acordo com Firepower, Israel conta com mais tanques de guerra do que o Irã, 1996 em comparação com 1390. Na qualidade dos veículos, o país de Benjamin Netanyahu também sai na frente, com o tanque de Markava, um dos melhores blindados do mundo.

Com relação a força Naval, o Irã tem 67 unidades em seu inventário naval, enquanto Israel tem 59, mas a frota israelense é mais moderna, de acordo com o diretório Mundial de Navios de Guerra Militares Modernos. 

O grande diferencial de Israel é a posse de bombas nucleares. Estima-se que o país tenha secretamente um arsenal de armas nucleares de 70 a 400 ogivas, segundo a Federação dos Cientistas Americanos (FAS). O Irã não tem capacidade nuclear, embora desenvolva um programa atômico há anos.

Fonte: Redação Terra
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