
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 19, que houve apenas "um indiciamento", ao comentar pela primeira vez a denúncia formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar um golpe de Estado no País após as eleições de 2022.
Lula evitou comentar o teor da a peça acusatória, enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e insistiu que vai aguardar o julgamento na corte.
"É uma decisão da PGR. Ele indiciou as pessoas, não vou comentar um processo que está na Justiça. A única coisa que posso dizer é que no tempo que eu governo o Brasil todas as pessoas tem direito a presunção de inocência", reagiu Lula, ao responder questionamento de jornalistas no Palácio do Planalto.
"Se eles provarem que não tentaram dar golpe e que não tentaram matar o presidente, o vice presidente e um ministro da Supremo eles ficarão livres e poderão transitar pelo Brasil inteiro", disse Lula, emendando que Bolsonaro e os acusados terão de pagar pelo que cometeram, se forem considerados culpados.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou denúncia formal nesta terça-feira, 18, contra Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito do golpe.
O procurador demorou três meses para avaliar provas contra os acusados, reunidas em inquérito conduzido pela Polícia Federal (PF).
A PF indiciou o ex-presidente, e Gonet concluiu que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano golpista como liderou as articulações para dar um golpe de Estado. Se for condenado, o ex-presidente pode pegar mais de 43 anos de prisão.
A defesa do ex-presidente reagiu e afirmou que as acusações são precárias e que não há provas contra ele: "Nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado".
Lula diz que vai trocar ministro quando quiser
O presidente Lula minimizou ainda o resultado da última pesquisa Datafolha que indicou queda na sua popularidade até mesmo entre os que dizem ter votado nele em 2022. "Nunca levei a sério qualquer pesquisa feita em qualquer momento", disse o petista.
Ele também afirmou que não pretende no momento fazer uma reforma ministerial. "Mudar ou não mudar o governo é uma coisa que pertenece muito intimamente ao presidente. Estou contente com o governo e todo mundo cumpriu à risca", disse.
Lula afirmou que a troca de ministros tanto pode ser feita no meio do ano como no final do ano. "Nunca um jornalista ouviu eu dizer que vou fazer reforma ministerial. Essa palavra não existe na minha boca. Assim como eu convidei, eu mudo quando eu quiser, tiro quem eu quiser, na hora que eu quiser", declarou.