Lula: não ter Copa não resolve problemas de saúde e educação

5 jun 2014 - 21h16
(atualizado às 21h19)
Ex-presidente Lula participa de evento em Porto Alegre
Ex-presidente Lula participa de evento em Porto Alegre
Foto: Daniel Favero / Terra

Durante palestra sobre o Brasil da próxima década, em Porto Alegre, nesta quarta-feira, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sai em defesa da Copa do Mundo dizendo os problemas de educação e saúde continuarão existindo no País se não tiver Copa. 

“Nas passeatas de junho, se criou o estigma de que a Copa ia custar R$ 30 bilhões, três vezes mais o que custou a da Alemanha... temos problemas de educação, de saúde, mas não vai ser resolvido se não tivermos Copa. Vai continuar a reclamação quando a Copa acabar”, afirmou o ex-presidente rebatendo as críticas contra o evento.

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Segundo ele, o evento não “é só rendimento econômico”, mas também um encontro de civilizações, além de afirmar que o estrangeiro que virá ao Brasil não está preocupado “se vai levar um ou dois minutos para chegar ao estádio”. 

“A Copa do Mundo será extraordinária, temos os melhores estádios, com campos extraordinários, e o estrangeiro não está preocupado se vai levar um minuto a mais ou um minuto a menos, se vai a pé, se vai de ônibus, se vai de qualquer coisa, se está preocupado se está calor ou se está frio”, disse. 

Segundo Lula, o maior erro dos governos e do empresariado envolvidos na realização e promoção do evento foi a falta da construção de uma narrativa da importância da Copa. “Acho que nós não construímos uma narrativa convincente da importância da Copa, de vencermos o debate político, porque um jovem fala que é ladroagem e ninguém fala nada”, reclamou Lula, dizendo desde a década de 70 é contrário aos setores de esquerda que criticam o futebol como o “ópio do povo”.

“Eu lembro que, nos anos 70, muita gente em nome de ser de esquerda, achava que futebol era o ópio do povo, um companheiro levantou e disse, `vamos ficar de costas para a televisão`, eu falei ‘sai daí, que vamos ver o jogo. Se quiser protestar protesta, eu, pelo menos,  vou ver o jogo sentado na minha casa, só não posso falar que vou tomar uma cervejinha'.” 

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Falando de inflação, o ex-presidente disse que o País “está dentro da meta” ao mesmo tempo em que reconheceu o que considerou uma pequena alta. “É como se tivesse com febre, ao invés de estar com 37, estivesse com 38 e poucos, e já desse para começar a dar remédio, senão teria que dar um choque mais forte, um banho gelado”, disse Lula, que já ao final de sua fala, confessou que gostaria de um percentual mais baixo. 

“Não estou gostando da inflação a seis, quero a quatro, de preferência três e meio, mas a responsabilidade não é só da Dilma, é nossa também”, afirmou.

Fonte: Terra
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