BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reapresentou nesta quarta-feira, 8, o relógio do século XVII trazido ao Brasil por dom João VI e uma ânfora (espécie de vaso) esmaltada que haviam sido danificados nos ataques de 8 de Janeiro de 2023 às sedes dos Poderes. O petista não discursou, mas posou para fotos perto dos objetos.
O relógio se tornou o item mais famoso danificado nos ataques. O esforço de restauração mobilizou um conjunto de especialistas suíços e brasileiros, incluindo relojoeiros, curadores e artesãos que se engajaram na missão de planejar e executar as etapas de conserto da peça. Eles vieram ao Brasil em maio de 2023 para examinar o estado do relógio. Em dezembro de 2023, levaram à Suíça as partes do objeto. No caso da ânfora, a restauração foi responsabilidade da Universidade Federal de Pelotas.
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez o primeiro discurso do dia. "O Palácio do Planalto, onde estamos hoje, foi vítima do ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos", disse.
Janja afirmou que, poucos dias antes de 8 de janeiro de 2023, "vibrávamos porque a esperança tinha vencido o ódio" - em referência à eleição de Lula contra Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Depois, de acordo com Janja, houve uma tentativa de "sufocar a esperança". A primeira-dama continuou: "Estamos aqui não para lamentar, mas muito menos para esquecer".
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que estão sendo devolvidas à sociedade 20 obras, incluindo sete que foram vandalizadas no 8 de Janeiro. As restaurações e outras atividades correlatas, segundo ela, custaram R$ 2 milhões.
A reapresentação das obras foi o primeiro ato de Lula neste 8 de Janeiro, dois anos depois dos ataques. Ele ainda reapresentou a tela "As Mulatas", de Di Cavalcanti, que também foi danificada em 2023. Também são realizados um evento com discursos político no principal salão do Palácio do Planalto e depois fará um "abraço simbólico" à Praça dos Três Poderes.