O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou irritado com a convocação de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, para depor na CPI que investiga a corrupção na Petrobras, segundo informações publicadas neste sábado pelo jornal Folha de S.Paulo. O ex-presidente teria ligado para o vice, Michel Temer (PMDB-SP) para cobrá-lo pela aprovação do requerimento.
Okamotto terá de explicar as doações de R$ 3 milhões feitas ao instituto pela empreiteira Camargo Corrêa, investigada na Operação Lava Jato. De acordo com a publicação, Temer afirmou a Lula que foi surpreendido pela convocação de Okamotto e garantiu que a convocação não foi apoiada pelo PMDB. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, teria afirmado a temer que negou aval à operação.
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A cúpula da legenda teria classificado como um erro a convocação de Okamotto e estaria trabalhando para blindar outros petistas citados na Lava Jato.
A cúpula do PMDB classificou como um erro a convocação de Okamotto e trabalha para blindar outros petistas citados na Lava Jato. O jornal afirma que empresários têm procurado peemedebistas pedindo que seja barrada a convocação do ex-ministro Antonio Palocci, cuja consultoria recebeu R$ 1,7 milhão de uma empresa investigada na Lava Jato.
A publicação ainda aponta que Lula afirmou que o Instituto FHC, vinculado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também recebeu recursos da empreiteira.
Instituto Lula critica revista Veja
Em nota divulgada na noite de ontem, o Instituto Lula criticou a revista Veja, afirmando que a abordagem da publicação com relação aos pagamentos que o instituto recebeu da empreiteira tem “claro intuito de colocar as atividades do ex-presidente, legais e legítimas, em mais um dos enredos fantasiosos, mistificadores e caluniosos que têm caracterizado aquela publicação”.
“A revista Veja tem um histórico de capas e reportagens mentirosas sobre o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Já estampou fraudes notórias sobre contas inexistentes em paraísos fiscais, falsas remessas de dinheiro do exterior, calúnias sobre relações com guerrilhas estrangeiras e com o narcotráfico. Por estas e outras mentiras, Veja foi condenada duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral a publicar direitos de resposta do PT, em 2010 e 2014. Mesmo punida pela Justiça, a revista mantém o padrão de mentir, distorcer e caluniar”, diz a nota.
Sobre as contribuições, o instituto afirmou que “são registradas e declaradas ao fisco” e que “recebe contribuições de empresas privadas para manter suas atividades”.
“Diferentemente de outras instituições ligadas a ex-presidentes brasileiros, o Instituto Lula não recebe contribuições de empresas públicas, estatais ou de governos nem oferece deduções fiscais sobre as contribuições que recebe, seja por meio da Lei Rouanet, seja por outros mecanismos governamentais de incentivo a patrocínios. Não há dinheiro público, nem direta nem indiretamente, no Instituto Lula”, completa.