O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) culpou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e alegou questões de segurança para utilização do jatinho de um amigo em viagem à COP-27, no Egito, nesta semana.
Lula disse que "um presidente responsável teria oferecido avião da FAB", de forma que não precisasse utilizar a aeronave de empresário. O petista afirmou ainda que um "presidente eleito precisa cuidar da segurança" diante de "bolsonaristas raivosos se espalhando mundo afora".
A viagem do presidente provocou polêmica porque, em vez de ir ao Egito em voo comercial ou oficial, ele fez o trajeto no jatinho privado do empresário José Seripieri Filho, conhecido como Júnior, fundador da Qualicorp e dono da QSaúde. Críticos apontam possível conflito de interesse no episódio.
"Tinha um amigo que queria ir na COP e tinha um avião. Fui com ele. Um avião novo, de boa qualidade, com muita segurança. É importante lembrar que um presidente eleito tem que cuidar de sua segurança, sobretudo num país em que tem bolsonaristas raivosos se espalhando pelo mundo afora", afirmou.
"Se o Estado brasileiro fosse democrata e a gente tivesse um presidente responsável, quem sabe ele tivesse oferecido um avião da FAB para me levar. Mas não ofereceu. Paciência", completou.
Lula ainda agradeceu a Seripieri pelo empréstimo da aeronave e indicou que pretende usá-la em eventuais novas viagens que faça antes de assumir a Presidência da República em janeiro de 2023.
"Espero que ele esteja disposto em outras oportunidades - antes de eu assumir a Presidência, porque depois eu não posso -, se eu tiver alguma viagem e ele quiser me emprestar o avião e ir junto comigo, eu vou agradecer", declarou.
Em 2020, o empresário responsável por emprestar a aeronave chegou a ser alvo de um mandado de prisão temporária em São Paulo durante fase da Operação Lava Jato que investigava suposto caixa 2 na campanha do hoje senador José Serra (PSDB-SP) à Presidência em 2014.