O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou, nesta quinta-feira, 6, que, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, de fato, fazer oposição ao governo federal, o ex-chefe do Executivo terá que responder, primeiro, a "vários inquéritos" em que é mencionado.
Depois de se envolver com polêmicas principalmente com o ex-juiz e senador Sérgio Moro (União Brasil - PR), Lula disse nesta quinta que o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, o orienta a não citar nominalmente "o coisa" e "a coisa", em referência a Bolsonaro e ao senador.
"Pretendo falar o menos possível", disse Lula, em café da manhã com jornalistas. Pouco depois, no entanto, em outro momento do encontro no período da manhã, o chefe do Executivo comentou o retorno de Bolsonaro ao Brasil, chamando-o pelo nome.
"Tenho consciência que Bolsonaro voltou a acreditar tanto em política que se filiou ao PL", disse. "Ele já não discorda tanto da política quanto discordava", em referência ao discurso de ser contra a política e o Centrão, que elegeu o ex-presidente em 2018.
Na quarta-feira, 5, Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal para, pela primeira vez, dar explicações oficiais sobre a tentativa de esconder do fisco caixas com joias e diamantes presenteadas pelo regime da Arábia Saudita. O interrogatório durou 3 horas.
Apesar da explicação sobre a tentativa de esconder caixas com joias, Lula disse que o crime mais grave de Bolsonaro foi em relação à crise sanitária da covid-19, em que o presidente teve discurso contra a obrigatoriedade da vacinação e do uso de máscara.
"Vai ter muito processo pela frente", comentou o petista.
O presidente da República citou que Bolsonaro esperava uma grande recepção ao voltar ao Brasil, com uma grande motociata, mas que isso não ocorreu porque "não tinha ninguém para pagar a gasolina".
"Meu papel não é ficar preocupado com o que ele vai fazer, mas sim, o que eu tenho que fazer nesse País", completou Lula.