O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ) decidiu se filiar ao PSDB. O deputado licenciado e secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo estava sem partido desde junho do ano passado, quando saiu do DEM.
A informação foi confirmada pelo Estadão com o próprio Maia e com o presidente do PSDB, Bruno Araújo. De acordo com Araújo, Maia será o presidente estadual do PSDB no Rio e também vai comandar a federação do partido com o Cidadania. O ex-presidente da Câmara é aliado do presidenciável e governador de São Paulo, João Doria, e coordena o plano de governo do pré-candidato.
A saída de Maia do DEM foi articulada ainda em fevereiro de 2021, logo após ele ver a maioria da bancada do partido na Câmara apoiar o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL) para comandar a Casa, e não Baleia Rossi (MDB-SP), que era o seu candidato à própria sucessão.
O deputado chegou a criticar duramente o então presidente do DEM, ACM Neto. Não apenas o chamou de "malandro baiano" como o acusou de ter um acordo com o governo federal para eleger Lira.
Antes de optar pelo PSDB, o deputado do Rio negociou com o PSD, para onde foram alguns de seus aliados, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o secretário municipal de Fazenda do Rio, Pedro Paulo. Após uma reaproximação com ACM Neto, Maia também considerou ir para o União Brasil, nova legenda que nasceu da fusão do DEM com o PSL.
Uma articulação comandada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) tentou colocar Maia no comando do diretório estadual do União, mas não obteve sucesso. No Rio, a nova sigla é comandada pelo prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner dos Santos Carneiro, conhecido como "Waguinho". Com o fracasso da operação, Sóstenes, que também era do DEM, foi outro a se desfiliar e entrou no PL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
No ano passado, antes do surgimento do União Brasil, o DEM perdeu outros quadros relevantes. Além de Eduardo Paes integra essa lista o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), que também trocou a legenda pelo PSD. No DEM, Maia assumiu cargos de destaque, como a própria presidência nacional do partido. Foi durante a gestão do deputado que a sigla deixou de se chamar PFL e passou adotar o nome Democratas.