O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira que disponibilizará aos líderes da Casa a próxima segunda-feira como data para o plenário votar a denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer e que, caso as lideranças decidam assim, o caso pode ser analisado apenas em agosto.
"Se houver apoio da maioria dos líderes, a gente marca a votação para segunda-feira. Se não tiver apoio da maioria, a gente deixa para depois do recesso, em agosto", disse Maia a jornalistas na Câmara.
O relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), favorável à denúncia contra Temer, foi rejeitado nesta quinta-feira pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, e o colegiado deverá aprovar um parecer contra a acusação ainda nesta noite para encaminhá-lo ao plenário da Câmara.
Maia disse que discutirá com os líderes a data da votação e reiterou que só irá dar início à análise da denúncia quando estiverem presentes 342 deputados em plenário.
"Se essa for a vontade da maioria dos líderes, de hoje para segunda a gente passa a ter condição, capacidade de mobilizar o plenário. Mas essa é uma decisão que vou ouvir os líderes, já que cada um sabe quantos parlamentares de cada partido podem estar em Brasília segunda-feira", disse Maia.
"Não adianta atender ao quórum de alguns e no dia seguinte uma ação no Supremo derrubar a votação. A gente pode começar a discussão com qualquer quórum, mas a gente só pode votar com 342. Assim foi no impeachment da presidente Dilma (Rousseff), e assim tem sido ao longo dos anos em relação às emendas constitucionais."
Reforma trabalhista
Maia foi indagado sobre sua oposição à edição de uma medida provisória por Temer para alterar pontos da reforma trabalhista aprovada nesta semana pelo Congresso e afirmou que não participou do acordo celebrado entre o Palácio do Planalto e senadores para a edição da MP.
"Nós não participamos do acordo do Senado", disse Maia aos jornalistas. "Se eu não alerto que a Câmara dos Deputados não faz parte desse acordo, fica parecendo que uma medida provisória editada, que tem efeito de lei, está tendo acordo dos parlamentares na Câmara. Isso não é verdade."
Ele voltou a elogiar o texto sancionado nesta quinta por Temer.
"Acho que o que está sendo sancionado hoje é uma revolução nas relações de trabalho do Brasil", avaliou. "Não podemos, depois de ter tido grande vitória no Parlamento e depois da sanção, ter nenhum tipo de retrocesso", defendeu.
A edição da MP foi um acordo firmado pelo governo Temer com os senadores para que o Senado não alterasse o texto da reforma que veio da Câmara, evitando assim que a matéria tivesse de novamente passar pelo crivo dos deputados.
veja também: