O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou neste domingo, 13, que seu partido já tenha escolhido candidato para a eleição do comando da Casa, marcada para fevereiro do ano que vem. Maia disse ainda que não há qualquer vinculação entre sua sucessão e a escolha do pré-candidato apoiado por partido em São Paulo: Bruno Covas (PSDB).
As declarações de Maia foram uma reação à reportagem publicada neste sábado, 12, no Estadão sobre a aliança entre PSDB, DEM, MDB e outros sete partidos em torno da reeleição de Covas. Segundo fontes que participaram da negociação da aliança, o acordo envolve uma eventual candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB) à presidência da Câmara e o possível lançamento do governador João Doria (PSDB) à Presidência da República.
O objetivo do grupo é se contrapor a nomes apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro para o comando do Legislativo. "Um passo de cada vez. Após as eleições deste ano teremos uma indicação mais clara da força dessa união, que, no plano nacional, integra PSDB, MDB e DEM", disse Doria ao Estadão.
Para Maia, porém, essa vinculação não existe. "Só tratarei da definição do candidato para a Presidência da Câmara a partir de dezembro, com a participação de todos os partidos que me apoiaram na última eleição. Repito: não há candidato escolhido e vamos construir um nome juntamente com todos que me apoiaram, não há veto a ninguém", afirmou o presidente da Câmara, em nota.
"Esse tipo de interpretação apresentada neste momento só atrapalha o Brasil. Nosso foco é votar as reformas, isso sim, prioritárias para o País", concluiu o deputado.
Maia tem dito publicamente que não será candidato à reeleição. Atualmente, a Constituição o proíbe de concorrer, já que são vetados dois mandatos consecutivos na mesma legislatura. Apesar disso, há uma articulação, encabeçada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para mudar a regra.
O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa uma consulta sobre o assunto apresentada pelo PTB. No Legislativo, a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) apresentou, há duas semanas, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir a reeleição. Ela foi punida pelo partido com afastamento por 60 dias.