"Existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico?" A resposta ao questionamento feito ontem pelo presidente Jair Bolsonaro é não. Na última sexta (31), Bolsonaro afirmou se não estaria na hora de o STF ter um ministro evengélico. Segundo ele, o Supremo estaria legislando ao discutir que homofobia é crime.
Dos 11 ministros da Corte, sete são adeptos da religião católica, incluindo o atual presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, e sua antecessora no comando da Corte, ministra Cármen Lúcia.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, além de Cármen e Toffoli, são católicos os ministros Edson Fachin (relator de uma das ações sobre a criminalização da homofobia), Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes. Os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux são judeus. Os ministros Celso de Mello e Rosa Weber não informaram as suas religiões, mas nenhum dos dois é evangélico.
No plenário do STF há um crucifixo, o que, na visão de Marco Aurélio Mello, "até certo ponto conflita com o Estado laico". O ministro se define como católico apostólico romano, "muito embora não frequente costumeiramente a igreja".
"A fé que temos de manter sempre, ela é que nos dá esperança de dias melhores", afirmou. "É preciso que, no que fazemos, estejamos sempre abençoados até para sair à rua."
Ensino religioso
As crenças religiosas já foram debatidas no plenário do Supremo, no julgamento (concluído em setembro de 2017) em que o STF decidiu que o ensino religioso em escolas públicas, que é facultativo, pode estar ligado a uma crença específica. E não há impedimento para que um religioso, um padre ou pastor, por exemplo, dê a disciplina. "O Estado brasileiro não é inimigo da fé", disse Toffoli na época. O placar foi apertado: 6 a 5.