O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores da manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cumpriu o roteiro e subiu o tom durante o seu discurso na Avenida Paulista, região central de São Paulo, na tarde deste domingo, 25.
Antes do ato, o líder religioso tinha revelado que foi o responsável por convencer Bolsonaro a convocar os apoiadores e que ele seria o único presente que citaria o nome do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Superior Tribunal Federal), para impedir complicações ao ex-presidente em meio as investigações sobre uma suposta trama golpista.
No alto do trio elétrico, ele falou o nome de Moraes e ainda, sem provas, sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sabia dos atos golpistas de 8 de janeiro, que resultaram na depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília (Distrito Federal).
"Bolsonaro foi embora para a América sem atacar ninguém, sem falar mal de ninguém. Chegamos no fatídico dia 8 de janeiro, com algo que não concordamos. Quebraram Brasília. Começou então a narrativa de golpe", declarou. "Mas eu tenho algumas perguntas para fazer: primeiro, por que Lula saiu às pressas de Brasília e foi para Araraquara, sendo que a enchente em Araraquara ocorreu no dia 28 de dezembro, dez dias antes? Ele foi avisado que ia ter baderna? Outra pergunta: cadê os vídeos gravados pelas câmeras do governo, que estão em posse de Alexandre de Moraes? O povo precisa saber quem está por trás daquela baderna, daquela safadeza", continuou.
Durante o seu discurso, Malafaia chegou a citar a morte do baiano Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, em novembro do ano passado. Ele foi um dos presos pelo ataques de 8 de Janeiro. O pastor culpou Moraes pela morte do empresário. Os apoiadores de Bolsonaro responderam a declaração com gritos de "assassino" em referência a Moraes.