Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), o deputado estadual Artur do Val (Patriotas), mais conhecido como Mamãe Falei, acusa dois colegas da Assembleia Legislativa de usarem a estrutura da Casa para produzir e disseminar fake news contra ele. Segundo o parlamentar, os deputados Gil Diniz (PSL) e Douglas Garcia (PSL), ambos bolsonaristas, utilizaram assessores para operar, em horário de expediente, uma engrenagem de difamação nas redes sociais.
Segundo Do Val, a estratégia consiste em protocolar uma denúncia anônima no Ministério Público e depois espalhar a "notícia" em blogs de aliados do presidente Jair Bolsonaro. "Recebemos na semana passada uma notícia crime do MP dizendo que fizemos rachadinha. Qualquer pessoa pode fazer uma notícia crime sobre qualquer assunto. Pouco tempo depois, um site bolsonarista chamado Estudos Nacionais estampou isso. Fomos ver os metadados e a pessoa não tinha tirado o nome do arquivo: Bruno André Ferreira Costa de Jesus, que é assessor do Gil Diniz", disse o deputado do MBL.
A partir do link gerado na plataforma bolsonarista, outros blogs de seguidores do presidente compartilharam a notícia. Artur do Val vai denunciar o colega por denúncia caluniosa e fake news eleitoral, mas ainda decidiu se vai acionar o conselho de ética da Assembleia.
No último dia 2, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil contra o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) para investigar suposto "gabinete do ódio" na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Garcia teria permitido que seu chefe de gabinete, Edson Pires Salomão, utilizasse o equipamento público da Alesp para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal e adversário políticos, como a deputada Joice Hasselmann.
O inquérito que investiga suposta prática de atos de improbidade administrativa se deu após representação encaminhada pelo deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP). Segundo o inquérito, consta na representação que Salomão gravou vídeos e realizou diversas postagens no interior do gabinete do deputado com recursos públicos e durante o horário de expediente.
Procurados, Garcia e Diniz não responderam até o momento.