Uma semana após o segundo turno da eleição presidencial, atos convocados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) persistiam na porta de quartéis do Exército. Nesta segunda-feira, 7, manifestantes permaneciam em concentrações nas sedes de comandos militares em São Paulo e no Rio.
Na capital paulista, onde o lema da intervenção foi substituído nos últimos dias por "resistência civil", a mobilização era no trecho de avenida localizada entre o prédio da Assembleia Legislativa e o Comando Militar do Sudeste. Manifestantes passaram o dia entre gritos de "Forças Armadas, salvem o Brasil", orações e cantos do Hino Nacional.
Ainda ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as polícias Civis e Militares dos Estados e do Distrito Federal, assim como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), apresentem todas as informações sobre os organizadores, financiadores e líderes dos atos promovidos por bolsonaristas. O ministro cobrou o compartilhamento dos dados de envolvidos nas manifestações em frente aos quartéis.
Resultado
Os manifestantes dizem não reconhecer o resultado das urnas, que deram a vitória ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alguns apoiadores vão e voltam do local, onde há barracas de camping e espaços para distribuição de alimentos. Assim como no feriado de Finados, famílias trouxeram crianças e adolescentes para o protesto.
Nas redes bolsonaristas há pedidos para que os manifestantes "não cometam o mesmo erro dos americanos" e não invadam "o STF ou qualquer instituição". "Se fizer isso, as Forças Armadas não vão nos ajudar", diz uma das publicações.
No Rio, os manifestantes seguiam reunidos em frente ao Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. Os protestos na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, começaram no Dia de Finados. Foi montado um acampamento, onde manifestantes se instalaram em barracas e lonas. Ontem, um caminhão de som executava músicas militares e o Hino Nacional.
Em nota, o Ministério da Defesa disse que manifestações "ordeiras" são "exercício da liberdade de manifestação de pensamento e de reunião".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.