O Palácio Gustavo Capanema, sede da Fundação Nacional de Artes (Funarte), na Avenida Graça Aranha, centro do Rio de Janeiro, foi ocupado na manhã de hoje (16) por centenas de manifestantes contrários à extinção da pasta e ao governo do presidente interino Michel Temer. Também houve um ato chamado de “abraçaço”, em que foi dado um abraço simbólico no prédio modernista que, no passado, abrigou o ministério da Educação.
No segundo andar do edifício, onde os ocupantes montaram a base da ocupação, cartazes pedem “cuidado com o patrimônio”, “não comer no carpete” e “não fumar”. Pelo lado de fora, faixas dizem “Fora Temer”, “Golpe”, “Fascistas não passarão” e “Teatro pela Democracia”.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio de Janeiro (CUT-RJ), Marcelo Rodrigues, diz que a CUT apoia o movimento: “Nós estamos dando total apoio a esse movimento, desde cedo. Por volta de dez horas, começou a ocupação e vamos continuar aqui o quanto for necessários, estamos junto. É contra a extinção do Minc, contra esse governo golpista. A pauta é única. Precisamos do Minc, precisamos levar a cultura mais a sério nesse país e precisamos derrubar esse governo golpista”.
Uma das organizadoras do abraçaço, a atriz e diretora Iara Rocha, da companhia teatral Língua de Trapo Pontos de Cultura, de Petrópolis, diz que a ocupação não tem dia para terminar. Segundo ela, pelo menos cem pessoas devem pernoitar no Capanema hoje e haverá revezamento entre os manifestantes para manter a mobilização. Ela diz, também, que o movimento não reconhece Michel Temer como presidente.
Segundo ela, participam da ocupação coletivos do audiovisual, movimento Teatro pela Democracia, Pontos de Cultura, Programa Cultura Viva, representantes do circo e do teatro. O prédio passa por restauração na parte externa e as atividades normais do Capanema não foram interrompidas pela ocupação.
O Ministério da Cultura foi procurado pela Agência Brasil, mas ainda não se pronunciou sobre a ocupação.