Na tentativa de viabilizar a criação do Rede Sustentabilidade, partido que tenta fundar com vistas às eleições em 2014, a ex-senadora Marina Silva desempenhou um périplo pelos gabinetes dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a poucos dias do prazo limite para o registro formal de legendas, e afirmou que a Rede preencheu todos os requisitos para a obtenção de registro.
A ex-senadora e segunda colocada nas pesquisas que já sondam as intenções de votos para a eleição presidencial espera que os ministros contabilizem cerca de 95 mil assinaturas, rejeitadas sem justificativa pelos cartórios, segundo a Rede.
O partido em gestação pode não ter alcançado o número mínimo de assinaturas necessárias --de 492 mil-- certificadas pelos cartórios para o registro na Justiça Eleitoral.
"Apresentamos (aos ministros) uma série de razões pelas quais compreendemos ser justa a nossa petição de registro da Rede Sustentabilidade", disse Marina a jornalistas, após reunião com a ministra Luciana Lóssio, do TSE, nesta sexta-feira.
"Colocamos um memorial com todas as provas de que coletamos 868 mil assinaturas, que encaminhamos dentro dos prazos e que se contabilizadas as 95 mil assinaturas anuladas injustificadamente, a Rede tem mais de 550 mil assinaturas, e portanto está apta ao seu registro."
Desde que apresentou o pedido de registro ao TSE, Marina e outros integrantes da Rede têm reclamado da demora dos cartórios eleitorais em certificar as assinaturas.
Pelas regras eleitorais, novos partidos têm de ser criados até o dia 5 de outubro, para que possam concorrer nas eleições do ano que vem.
Questionada sobre a possibilidade de filiar-se a outro partido caso seja inviabilizada a criação da Rede, a ex-senadora afirmou estar "100 por cento focada no plano A".
Nesta semana, o TSE concedeu registro para dois novos partidos, o Solidariedade, do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, e o Pros (Partido Republicano da Ordem Social), elevando o número de partido políticos no Brasil para 32.
Marina também comentou a pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira, que apontou aumento da vantagem da presidente Dilma Rousseff sobre ela na preferência do eleitorado. A ex-senadora afirmou que "ainda é cedo" e que a sondagem mostra "apenas um momento.
O primeiro turno da eleição presidencial acontece daqui a pouco mais de um ano.
De acordo com os levantamentos mais recentes, a ex-senadora ocupa a segunda posição, atrás de Dilma, mas à frente do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)