Mauro Cid afirma que Bolsonaro queria esconder alvos da PF no Alvorada, diz site

Investigados seriam Oswaldo Eustáquio e Bismark Fugazza, que supostamente seria escondidos na residência oficial para fugir da prisão

31 out 2023 - 10h28
(atualizado às 11h06)
O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, enquanto era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro; hoje Cid está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinas e é investigado por golpe de estado e venda de joias da Presidência.
O tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, enquanto era ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro; hoje Cid está preso por suspeita de falsificação de cartões de vacinas e é investigado por golpe de estado e venda de joias da Presidência.
Foto: Dida Sampaio/Estadão / Estadão

Jair Bolsonaro (PL) queria esconder no Palácio da Alvorada os investigados da Polícia Federal por ataques às instituições democráticas após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é do colunista Aguirre Talento, do Uol, que teve acesso a mais uma delação premiada do tenente-coronel, Mauro Cid

Entre os alvos da PF estão os youtubers Oswaldo Eustáquio e Bismark Fugazza, que fugiram para o Paraguai quando o Superior Tribunal Federal (STF) determinou suas prisões, em dezembro de 2022. Fugazza foi preso pela polícia paraguaia em março deste ano, mas Eustáquio entrou com um pedido de refúgio e escapou da ordem de prisão.

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Conforme Cid informou às autoridades, Bolsonaro teria determinado que o influenciador Eustáquio ficasse escondido na residência oficial, na tentativa de evitar que ele fosse preso. 

Inclusive, um vídeo dele entrando na residência oficial em dezembro do ano passado ganhou as redes sociais na época, mas o influenciador negou que tenha tentado se refugiar no local. O ex-presidente também teria tentado abrigar Fugazza. 

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A defesa do ex-presidente também negou as acusações, dizendo que ele não tinha relação próxima com os investigados pelo inquérito conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. 

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Delação

Ao contar sobre o assunto à PF, Cid afirmou que ele mesmo fez com o então presidente mudasse de ideia, pois abrigar os dois para evitar suas prisões poderia prejudicá-lo perante ao STF. O ex-ajudante de ordem também informou que Bolsonaro autorizou que um carro oficial transportasse Eustáquio para outro local, na tentativa de impedir o rastreio dele pela investigação. 

O tenente-coronel também deu detalhes aos agentes sobre militares radicais que incentivaram a ruptura com as instituições democráticas, e a atuação do Gabinete do Ódio, responsável por promover ataques às autoridades públicas e instituições na web. Além disso, Cid revelou o plano golpista para contestar as eleições, e também a emissão dos falsos certificados de vacina em nome de Bolsonaro e de sua filha Laura.

Procurado pelo Uol, o advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação de seu governo, Fábio Wajngarten, negou todas as acusações feitas por Cid, afirmando que o ex-presidente não tinha relações próximas com Eustáquio, e que “não cometeria um crime por  alguém com quem não mantinha relações próximas”. Além disso, a defesa afirmou que, devido aos agentes que trabalham no Palácio da Alvorada, seria difícil esconder alguém. 

Já Eutácio negou que tenha pedido ajuda de Bolsonaro para se esconder no Palácio, e afirmou que só foi até lá com Bismark Fugazza, mas não sabe se o colega conversou com o ex-presidente sobre o tema. 

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"O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro jamais daria guarida em sua residência oficial a mim ou a qualquer pessoa com um eventual mandado de prisão. No dia 12 de dezembro, quando de fato entrei no Palácio da Alvorada, não pesava sobre mim nenhuma questão judicial em meu desfavor. Neste dia que adentrei ao palácio, conversei apenas com o tenente-coronel Cid e com o ajudante de ordens Vinicius Coelho", declarou. 

Fonte: Redação Terra
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