Medonça é relator de pedido para investigar compra de imóveis pelo clã Bolsonaro

1 set 2022 - 18h18

O ministro André Mendonça, segundo indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, foi sorteado relator do pedido de investigação sobre a compra de imóveis com dinheiro em espécie por familiares do chefe do Executivo. A petição foi protocolada no STF pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado e um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto.

No documento, Randolfe pediu a investigação sobre as transações, com a 'tomada urgente de depoimento' do presidente Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro, do vereador Carlos Bolsonaro e dos demais familiares envolvidos.

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Segundo o senador, é de interesse público saber a origem do dinheiro utilizado nas transações. "O salário de um parlamentar não justifica esse patrimônio milionário. Por isso, é direito de todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público", afirmou.

O pedido foi prtocolado após o UOL mostrar que metade dos imóveis adquiridos pelo clã Bolsonaro foi comprada total ou parcialmente com dinheiro em espécie. Consultado pelo Estadão, o chefe da seção brasileira da Transparência Internacional, Bruno Brandão, afirmou que a prática levanta suspeitas de lavagem de dinheiro por ser considerada 'altamente atípica'.

Ao ser questionado sobre o caso, o presidente não negou o teor da reportagem e perguntou "qual o problema" de comprar imóveis com dinheiro vivo.

Em outra esfera, a Polícia Federal pediu autorização da Justiça para investigar a ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle (PP), pela compra de uma mansão em Brasília.

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O imóvel consta na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral pela própria Ana Cristina, que registrou candidatura a deputada distrital. No ano passado, quando a mudança para a casa veio a público, ela alegou que o imóvel era alugado.

A representação é derivada de informações obtidas na investigação sobre suposto tráfico de influência de Jair Renan, filho de Bolsonaro e Ana Cristina. O inquérito em questão foi encerrado sem indiciamentos, mas a PF quer averiguar as movimentações financeiras que envolveram a compra da casa.

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