Mentiras de Bolsonaro para embaixadores repercutem na imprensa internacional

Veículos repercutiram a investida do presidente Jair Bolsonaro (PL), sem provas, contra urnas eletrônicas

19 jul 2022 - 10h03
(atualizado às 16h23)

A apresentação do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira, 18, a dezenas de embaixadores, com uma série de mentiras sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral, gerou as mais diversas reações de autoridades, da imprensa internacional e também nas redes sociais.

A começar pelo primeiro slide apresentado pelo presidente com um erro de ortografia na palavra ''briefing'', que viralizou. O termo inglês significa um resumo das informações a serem exibidas. Porém, a apresentação do governo federal trouxe o termo como 'brienfing', escorregando na gramática.

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Mentiras de Bolsonaro repercutem na imprensa internacional
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Um dos mais relevantes jornais do mundo, o norte-americano The New York Times chamou o gesto de Bolsonaro de “potencial prévia” de sua estratégia para uma eleição na qual, como apontam as pesquisas, “ele pode perder de forma esmagadora”.

Diplomatas disseram ao jornal que se preocuparam com a possibilidade de o presidente estar "preparando o terreno para contestar os resultados da eleição se ele perder".

O NYT sugeriu que Bolsonaro pode estar seguindo as pegadas do ex-presidente americano Donald Trump, que atiçou apoiadores contra o sistema eleitoral dos Estados Unidos em uma ação que desembocou no ataque ao Capitólio, no início do ano passado, que deixou cinco mortos.

Foto: Poder360

"Assim como Trump, Bolsonaro parece estar desacreditando a votação antes que ela aconteça, em um suposto esforço para aumentar a confiabilidade e a transparência", afirmou o jornal norte-americano.

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O La Nación da Costa Rica destacou o fato de não haver provas que fundamentem o discurso de Bolsonaro contra as urnas. O jornal ressaltou a polarização que há no Brasil entre o atual presidente e seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é líder nas pesquisas de intenção de voto.

O La República, da Colômbia, noticiou que o presidente brasileiro compartilhou sua "preocupação" com diplomatas e que ele tem questionado "repetidamente" o sistema de votação do País. A publicação ainda lembrou que a Argentina, governada pelo esquerdista Alberto Fernández, não foi representada no encontro.

O serviço de notícias americano Bloomberg classificou os questionamentos de Bolsonaro como "velhas e refutadas teorias da conspiração".

"Bolsonaro, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em todas as pesquisas de opinião, repetidamente questionou a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do Brasil, até mesmo alegando sem provas que sua eleição de 2018 foi fraudada e que ele deveria ter vencido no primeiro turno", disse a reportagem.

Já o presidente do TSE, Edson Fachin, rebateu Bolsonaro sem citá-lo diretamente ainda na tarde desta segunda-feira, 18, durante uma cerimônia da OAB do Paraná. "É hora de dar um basta à desinformação e ao populismo autoritário", disse.

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Nesta terça, 19, deputados de oposição pediram que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize uma investigação sobre a reunião promovida por Bolsonaro. Os parlamentares alegam que o presidente cometeu improbidade administrativa, propaganda eleitoral antecipada, abuso de poder político e econômico e crime contra o Estado Democrático.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Fonte: Redação Terra
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