MG: Marco Feliciano é alvo de protestos durante encontro evangélico

Cerca de 50 pessoas se manifestaram contra o deputado em meio a culto

30 mar 2013 - 20h16
(atualizado às 20h20)

O pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) foi recebido com protestos na sexta-feira em Passos (MG), na região sul de Minas Gerais. A confusão aconteceu quando o politico participava de um culto de uma igreja evangélica em um ginásio da cidade.

Enquanto Feliciano pregava para os fiéis dentro de uma igreja Assembleia de Deus, cerca de 50 manifestantes de grupos sociais, entre eles de gays e negros, com cartazes, faziam muito barulho do lado de fora. Ao deixar o local, o político precisou da ajuda da Polícia Militar que, no entanto, não usou de força para conter os ânimos.

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Marco Feliciano vem sofrendo muita pressão por conta de suas ações. Atualmente ele é o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e responde por dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um sobre estelionato e outro por acusação de homofobia.

Deputado polêmico

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara desde o dia 7 de março de 2013, é um pastor da igreja Assembleia de Deus. Causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu.

O parlamentar, que está em seu primeiro mandato, postou ainda, na época, que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Em função das mensagens homofóbicas e racistas, ele é alvo de protestos desde que foi indicado para o cargo na comissão.

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Feliciano nasceu em 12 de outubro de 1972 em Orlândia, interior de São Paulo. Em seu site, ele se diz "conferencista internacional, pastor, cantor e empresário" e afirma que "teve uma infância humilde e desde muito pequeno precisou trabalhar como vendedor de picolé para ajudar na manutenção da casa". Apesar da origem pobre, ele tem, atualmente, cinco empresas.

Segundo sua assessoria, o deputado se formou em Teologia pela Faculdade de Educação Teológica Lógos (Faetel), em São Paulo, e pela Faculdade de Teologia de Boa Vista (RR) e é doutor em Divinidade/Artes da Teologia pelo International Seminary Hosanna and Bible School, de Pompano Beach, Estados Unidos.

A igreja fundada por Feliciano em Ortolândia tem seis templos. O Ministério Tempo de Avivamento, presidido pelo pastor, engloba instituto tecnológico, rádio, revista, livraria, editora e gravadora. Com 40 anos, Feliciano começou os cultos com 19. Ele já escreveu 18 livros e gravou CDs e DVDs. Quando se elegeu deputado, em 2010, fez 211 mil votos.

Em sua trajetória como pastor, Feliciano chegou a ser denunciado por estelionato pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em 2009. O processo foi remetido ao Supremo Tribuanl Federal (STF) em razão do foro privilegiado. Na ação, o deputado é acusado de obter para si a vantagem ilícita de R$ 13.362,83 simulando um contrato "para induzir a vítima a depositar a quantia supramencionada na conta bancária fornecida".

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A defesa do deputado nega a acusação. Segundo o advogado Rafael Novaes, Feliciano foi contratado para fazer uma série de palestras e não pôde comparecer em razão de outros compromissos. Ele teria recebido o dinheiro, mas tentado devolver. Ainda segundo o defensor, os organizadores se recusaram a receber e entraram com a ação na Justiça.

Quando tomou posse na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, Feliciano disse que se baseia na "posição política" de Martin Luther King, pastor americano que venceu o prêmio Nobel da Paz lutando pelos direitos dos negros. "Ele foi um herói, um mártir. E ele tem algo em comum comigo: ele também era pastor. A diferença é que ele viveu um outro século, de outras diferenças, de outras aspirações", disse o deputado.

Feliciano também é contra o projeto de lei que tramita no Senado que criminaliza a homofobia. Segundo ele, a proposta pode causar "perseguição religiosa".

Fonte: Terra
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