A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deu sua versão sobre o sumiço dos móveis do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, em vídeos publicados em seu Instagram na noite de domingo, 18. Ela aproveitou o momento para criticar os gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama, Janja da Silva, sem citar nomes.
Michelle diz que os móveis removidos do Alvorada por ela e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vieram da casa do Rio de Janeiro em que a família morava antes da presidência. Ela diz ter sido informada por Marcela Temer, também ex-primeira-dama, sobre a possibilidade de usar os móveis da sua própria casa no local, após o marido ter vencido as eleições. O pedido para levar a decoração da sala e dos quartos para Brasília teria sido de Laura, filha do casal.
“Eu fiquei seis meses dormindo na cama do Alvorada, cama que outros presidentes usaram, com certeza. No segundo semestre de 2019 a minha mudança chegou, a pedido da minha filha Laura”, diz Michelle, que na sequência publicou fotos de sua mesa, sofá e revisteiro em registros no Rio de Janeiro e, também, sendo utilizados atualmente.
Sendo assim, a ex-primeira dama afirma que os móveis que estavam no Alvorada foram encaminhados ou para o depósito 5 ou para o depósito da presidência - onde há opções de móveis e decorações que podem ser utilizados no palácio.
Porém, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) ressalta que, de acordo com a curadoria das residências oficiais, 83 móveis do Palácio da Alvorada ainda não foram localizados, desaparecidos desde janeiro. A informação é do Poder 360.
‘Sugiro a CPI dos móveis do Alvorada’
Sem citar nomes, a ex-primeira-dama cutuca Lula e Janja com relação aos gastos no Palácio da Alvorada: “Os móveis estão lá. Só que, infelizmente, os que pregam a humildade, a simplicidade, não querem viver no simples, zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte”. No fim, Michelle Bolsonaro ironizou pedindo por uma 'CPI dos móveis do Alvorada'.
O governo de Lula gastou cerca de R$ 196 mil na compra de uma cama, dois sofás, duas poltronas e um colchão king size para o Palácio da Alvorada, segundo dados obtidos pela Folha de S. Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação, em abril.
"A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens. Os móveis adquiridos agora integram o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem", informou a Secom, em nota.
Em janeiro, o presidente Lula não pode se mudar para o Palácio devido à situação da residência, deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A mudança aconteceu apenas em 6 de fevereiro, após o local ser reformado.
O Terra solicitou atualizações sobre os móveis desaparecidos e os gastos do governo Lula com a mobília do Palácio do Alvorada mas, até a última atualização desta matéria, não obteve retorno.