Michelle Bolsonaro prega união das igrejas contra suposta 'ameaça do comunismo'

23 ago 2022 - 13h38

A primeira-dama Michelle Bolsonaro fez nesta segunda-feira, 22, discurso contra a eleição de candidatos de esquerda e disse, sem provas, que as igrejas serão perseguidas caso um oposicionista vença a disputa à Presidência. "Orem para aqueles que estão sendo enganados. Os olhos espirituais, ouvidos espirituais, nós estamos vendo o que o comunismo está fazendo nos países, perseguindo igrejas, queimando igrejas católicas, vão perseguir os cristãos do Brasil", declarou durante um culto liderado pela pastora Camila Barros, em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal.

Michelle Bolsonaro não citou o favorito nas pesquisas de intenção de voto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. Mas aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm insistido nesse discurso. O deputado Marco Feliciano (PL-SP) disse, em entrevista à rádio CBN que o petista fecharia igrejas. O ataque fez com o PT entrasse com uma ação na Justiça do DF para fazer com que Feliciano prove o que acusou.

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A pastora Camila Barros compartilha do pensamento da primeira-dama de combate às pautas de esquerda. Em entrevista ao portal Comunidade Evangélica Gilgal, em maio, declarou que não é possível uma mulher ser cristã e feminista ao mesmo tempo. "Não dá para ser cristã e feminista ao mesmo tempo. Por mais que as pessoas digam que sim. Não adiante você ter uma ideia, uma filosofia sobre aquilo e achar que isso tem que ser do jeito que você pensa porque o mundo não funciona como você pensa".

No mesmo dia em que disse que o comunismo queima igrejas, Michelle também participou de um comício da ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF), candidata ao Senado. No evento, a primeira-dama adotou um tom mais comedido e se limitou a fazer elogios a candidata e acusar os governos anteriores ao seu marido de corrupção, mas sem associar Lula a uma intolerância religiosa.

O segmento evangélico é um dos poucos onde Bolsonaro vence Lula, de acordo com a última pesquisa Ipec. O atual presidente tem a preferência de 47% contra 29% que querem o petista.

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