De volta ao Brasil, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrou na campanha de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado e participa de um jantar do PL para pedir apoio a ele na noite desta segunda-feira, 30. A eleição está marcada para o próximo dia 1º, e Marinho vai desafiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que preside a Casa e concorre a novo mandato com aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT.
Pacheco aparece como favorito, mas o Centrão intensificou os contatos, na tentativa de virar votos. Como mostrou o Estadão, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem telefonado para senadores, dos EUA, onde está desde dezembro. Nas ligações, Bolsonaro apela para que antigos aliados votem "contra o PT".
Michelle sobre volta de Bolsonaro ao Brasil: "Está descansando" pic.twitter.com/r2xC7gtzs6
— Felipe Frazão (@felipefrazao_) January 31, 2023
O jantar do PL reúne a cúpula da campanha derrotada em 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro está em Orlando, na Flórida, desde o dia 30 de dezembro. Embarcou nesta data para não passar a faixa a Lula. Indagada sobre o retorno do marido ao País, Michelle desconversou sobre a data.
"Ele está descansando", disse ao chegar ao jantar. Ela não quis falar em uma data específica para o regresso de Jair Bolsonaro, ante a insistência de repórteres. A ex-primeira-dama estava ao lado do general da reserva do Exército Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente derrotado no ano passado com Bolsonaro.
Também questionado sobre a ausência do pai, que se evadiu do País dois dias antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) disse que a pergunta teria se ser feita diretamente ao ex-presidente.
Como líder do PL no Senado, reafirmo meu total apoio ao senador @rogeriosmarinho para presidência da Casa.
Marinho tem um perfil democrático, conhece as necessidades do Parlamento e pode promover de verdade a pacificação no país, que passa por um Senado forte e independente. pic.twitter.com/fvJYtLUqaQ
— Flavio Bolsonaro #B22 (@FlavioBolsonaro) January 29, 2023
Com visto de chefe de Estado prestes a expirar, Bolsonaro deu entrada em um visto de turista junto à imigração dos Estados Unidos.
O jantar do PL é também um ato de boas-vindas de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda, aos parlamentares federais eleitos e reeleitos. O carro-chefe do restaurante à beira do Lago Paranoá é o bacalhau.
Deputados e senadores conversavam à mesa em dois salões do restaurante, o maior deles reservado ao PL. Entre os assuntos, além do apoio a Marinho no Senado, a visita de Estado do chanceler alemão Olaf Scholz a Lula, e o foco no meio ambiente, além da crise humanitária do povo yanomami.
A eleição para uma vaga no Tribunal de Contas da União também mobilizou atenções. Em campanha, o deputado Fábio Ramalho (MBD-MG) instalou um banner e contratou três modelos para divulgar sua candidatura. O mais cotado para o TCU, no entanto, é o deputado Jonathan de Jesus (Republicanos-RR).
O jantar reuniu ex-ministros como João Roma (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), senador eleito por São Paulo, e o ex-secretário de Cultura Mario Frias, ator eleito deputado federal no mesmo Estado.
Do núcleo duro do comitê bolsonarista, também apareceu o marqueteiro Duda Lima, homem de confiança de Valdemar. Antes de participar do jantar, Michelle já havia feito posts nas redes sociais ao lado de Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional. A cúpula do PL aposta no nome dela para concorrer ao Planalto em 2026, caso Bolsonaro fique inelegível. Agora, bolsonaristas avaliam que o Senado é a última trincheira onde podem atuar contra o "ativismo judicial".