Um militar do Exército teve ao menos 10 celulares apreendidos e três computadores durante a Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, que apura um suposto esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além disso, a PF também apreendeu uma arma de Giancarlo Gomes Rodrigues, segundo o jornal O Globo. Um dos aparelhos eletrônicos, inclusive, seria pertecente a Abin.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizava a operação desta segunda-feira, 29, diz, com base em informações policiais, que Rodrigues era quem operava a ferramenta First Mile, software objeto de enfoque nas investigações. O militar estava cedido à Abin na época do suposto esquema de espionagem e lotado no Centro de Inteligência Nacional (CIN).
Ainda segundo o documento assinado pelo ministro do STF, Giancarlo Gomes Rodrigues teria atuado por determinação de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, no monitoramento injustificado do advogado Roberto Bertholdo, que teria proximidade com os ex-Deputados Federais Joice Hasselmann e Rodrigo Maia, à época tidos como adversários políticos da gestão Bolsonaro.
Atualmente, Giancarlo Gomes Rodrigues é também casado com uma servidora ativa da Abin. Antes, o militar também esteve vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Temer.
Operação
Na manhã desta segunda-feira, 29, a PF deflagrou uma operação para apurar ações do suposto esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que monitorava ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. Carlos Bolsonaro é um dos alvos da ação da polícia.
No total, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão: cinco no RJ, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador. Um dos endereços também é a casa de Angra dos Reis (RJ), onde Carlos Bolsonaro passou a noite, segundo apurou a reportagem.
A suspeita da PF é de que Carlos teria recebido "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin, de acordo com o blog da jornalista Camila Bomfim, da GloboNews. Assessores também são alvos da ação da Polícia.
As buscas e apreensões desta segunda-feira miram aliados do "núcleo político" do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). O parlamentar dirigiu a Abin durante o governo Jair Bolsonaro e foi alvo da PF na semana passada.