Ao participar da solenidade de promoção de oficiais-generais do Exército, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 6, que as Forças Armadas dão "uma certa tranquilidade" para ele conduzir o País. Segundo Bolsonaro, os militares são "o grande elo" que garante liberdade à população.
"O que o povo sempre teve das Forças Armadas, além da garantia de lei e da ordem, foi a certeza da sua liberdade. Este é o bem maior que interessa a todos nós e, nesta corrente, o grande elo são as Forças Armadas, são o nosso Exército brasileiro", discursou Bolsonaro na cerimônia.
O presidente também enalteceu a importância da confiança da sociedade nas Forças Armadas. "Por isso, em grande parte, a confiança nessa instituição. Por isso, em grande parte, uma certa tranquilidade que eu tenho em dirigir, em conduzir o País para o seu destino que todos nós queremos", afirmou.
Desde o início do governo Bolsonaro, o número de militares que ocupam cargos civis no governo federal mais do que dobrou, de acordo com um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo o relatório, a quantidade de militares - tanto da ativa quanto da reserva - passou de 2.765, em 2018, para 6.157, em 2020.
Contudo, a presença de militares, especialmente da ativa, tem gerado desconforto entre generais das Forças Armadas. Na visão deles, o distanciamento que a instituição precisa ter da atividade política fica prejudicado pela participação de membros da ativa na gestão Bolsonaro. Diante do quadro, há pressão para que o general Eduardo Pazuello, atualmente no comando do Ministério da Saúde, opte entre ir para a reserva ou sair do cargo de ministro interino.
A mesma pressão foi exercida sobre o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, cuja transferência para a reserva foi publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira. Ele é responsável pela articulação política do governo.