Militares 'kids pretos', policial, e assessor de Pazuello: quem são os presos em operação da PF

Investigados foram detidos no Rio de Janeiro e em Brasília; Operação Contragolpe foi deflagrada nesta terça-feira, 19

19 nov 2024 - 09h22
(atualizado às 11h11)
General que integrou governo Bolsonaro está entre presos por planejar matar Lula, Alckmin e Moraes
Video Player

A Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas na Operação Contragolpe, deflagrada na manhã desta terça-feira, 19. Os investigados são suspeitos de ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito nas eleições de 2022, e restringir a atuação do Poder Judiciário. 

Segundo a corporação, os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE), os chamados "kids pretos". Todos os presos exerciam cargos públicos.

Publicidade
PF deflagra operação contra suspeitos de planejar matar Lula e Alckmin em golpe de Estado
Video Player

De acordo com o Blog da Camila Bomfim, da TV Globo, são quatro militares do Exército ligados às FE e um policial federal:

  • General de brigada Mario Fernandes (na reserva): foi secretário executivo da Presidência da República no governo Bolsonaro e é o atual assessor do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello;
  • Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima: comandava a 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus e foi destituído do cargo em fevereiro;
  • Major Rodrigo Bezerra Azevedo: militar com formação em Forças Especiais;
  • Major Rafael Martins de Oliveira: militar com formação em Forças Especiais;
  • Policial federal Wladimir Matos Soares.

Conforme a emissora, os militares estavam no Rio de Janeiro, onde participavam da missão de segurança da reunião de líderes do G20. Já o policial da PF foi preso em Brasília, segundo a CBN.

Além das prisões, a PF cumpriu três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas de prisão nos Estados do Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e no Distrito Federal. O Exército Brasileiro também acompanhou a operação. 

Entre as medidas cautelares, estão a proibição de manter contato com os demais investigados e de se ausentar do País, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.

Publicidade

A investigação

O grupo é suspeito de planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.

Um dos planos, chamado de 'Punhal Verde e Amarelo' e que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, era voltado ao homicídio dos candidatos eleitos à Presidência, Lula, e Vice-Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSB).

Também estavam no planejamento a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado. Investigadores confirmaram à TV Globo que o ministro era Alexandre de Moraes.

"O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um 'Gabinete Institucional de Gestão de Crise', a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações", informou a PF. 

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; e organização criminosa.

O Terra tenta localizar a defesa dos investigados. O espaço está aberto para manifestações.

Publicidade
Fonte: Redação Terra
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se