Ministra Cármen Lúcia corrige advogado de Ramagem após dizer que Abin deve 'apurar segurança' das urnas

O advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto foi o primeiro a falar dentre as defesas dos oito acusados do chamado Núcleo 1 do golpe

25 mar 2025 - 12h06
(atualizado às 12h51)
Resumo
A ministra Cármen Lúcia, do STF, confrontou o advogado de Alexandre Ramagem sobre uma fala que atribuía à Abin a responsabilidade pela fiscalização das urnas, destacando que essa função é do TSE, durante análise de denúncia da PGR contra integrantes do Núcleo 1 do golpe.
Cármen Lúcia rebate advogado de Ramagem sobre Abin apurar e fiscalizar urnas eletrônicas
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A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, pediu a palavra durante a fala do advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, que representa o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), em sua  apresentação de defesa, na primeira sessão de análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que ocorre nesta terça-feira, 25. A magistrada quis confirmar o dito por Pinto para então corrigi-lo.

Ela pediu para que ele repetisse uma fala que havia feito sobre a fiscalização das urnas ser de responsabilidade da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), quando na verdade, esse trabalho é de responsabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Para fazer o questionamento, a ministra pediu autorização ao relator Alexandre de Moraes. "Apenas porque Vossa Excelência disse que é dever da Abin apurar a segurança e a fiscalização das urnas no processo eleitoral. É essa frase que eu anotei aqui, é essa frase que Vossa Excelência disse, que eu anotei aqui?", questionou a ministra ao advogado.

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"Eu disse que essa função se relaciona às funções da Abin, cuidar, zelar pela segurança do processo eleitoral, porque é um tema de soberania", respondeu Pinto, que emendou um pedido de desculpa. A ministra Cármen Lúcia novamente pontuou: "Urnas são de outro poder. Só para ter certeza do que eu anotei do que os senhores advogados falam."

O advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto foi o primeiro a falar dentre as defesas dos oito acusados do chamado Núcleo 1 do golpe pela denúncia da PGR. Ele afirmou que, segundo a denúncia, Ramagem é apontado como alguém que "teria atuado na construção de uma mensagem atentatória à credibilidade das urnas eletrônicas." Porém, o advogado sustentou que o atual deputado não criou nenhuma fala nova sobre as urnas, que já eram disseminadas anteriormente como pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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"São indícios extremamente tímidos, singelos, da prática de um crime muito grave, da efetiva atuação do indiciado na construção de uma mensagem deletéria às urnas eletrônicas", defendeu. O advogado também sustentou que Ramagem estaria muito envolvido em sua campanha para as eleições de 2022 para o Congresso Nacional durante o período analisado pela investigação e, por isso, não teria como estar numa trama golpista.

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Fonte: Redação Terra
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