A ministra Flávia Arruda, da Secretaria-Geral de Governo, foi afastada do cargo. Publicação do Diário Oficial da União desta sexta-feira (14) detalha a licença entre os dias 13 e 21 de janeiro.
Única representante do PL - novo partido do presidente Jair Bolsonaro -, a ministra vem sofrendo desgaste em sua relação com a base governista há alguns meses. Ela é pressionada sobretudo por integrantes do Centrão, que pedem sua demissão por ela supostamente não honrar acordos de repasses de emendas.
Em comunicado, Arruda afirmou que o pedido de afastamento partiu dela mesma. "(Estou) aproveitando o recesso parlamentar para tirar uns dias com minhas filhas, que ainda são pequenas", explicou.
Em dezembro de 2021, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) se desentendeu com a ministra pelo telefone ao cobrar a liberação de uma emenda prometida a ele pelo Planalto. O parlamentar teria gritado e agredido verbalmente a ministra, usando expressões machistas, o que motivou inclusive uma nota de repúdio da bancada feminina da Câmara.
Em entrevista na primeira semana do ano, Bolsonaro afirmou que "desconhece" onde a ministra teria errado para que a demissão dela fosse solicitada. "Se, porventura, (ela) estiver errando, como já aconteceu, acontece, eu chamo e converso com ela. Ela não será demitida jamais pela imprensa", disse.
A ministra começou o ano fazendo viagens pela Pasta. Na semana passada, ela foi escalada pelo chefe do Executivo para visitar cidades atingidas pela chuva em Minas Gerais e auxiliar a viabilização de recursos para os municípios afetados. Ela registrou parte das visitas em seu perfil oficial no Instagram.
Entre outras coisas, a Secretaria-Geral de governo, chefiada por Flávia Arruda, tem a função de coordenar a articulação política, conduzir o diálogo e garantir a integração do Poder Executivo com a sociedade. Não há ainda justificativa detalhada divulgada pelo Planalto ou pela Pasta sobre o afastamento temporário da ministra.