Ministro diz que investigação de políticos na Lava Jato trará "turbulência"

2 mar 2015 - 18h29
(atualizado às 18h29)

A investigação de políticos supostamente envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras vai causar uma perturbação no momento em que o país precisa de tranquilidade para retomar seu rumo, disse nesta segunda-feira o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve encaminhar nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de abertura de inquérito ou denúncias contra políticos envolvidos na operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na estatal.

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"Não sei qual é a dimensão, nem a quem atinge, mas evidentemente é ruim porque tem uma turbulência e o país precisa de calma e tranquilidade para tocar. Não a calma da omissão, mas de separar inquérito do funcionamento normal do país", disse Wagner a jornalistas no Rio de Janeiro, onde participou de um evento na Escola de Guerra Naval.

"Qualquer fato novo com esse tipo de denúncia e inquérito tira a tranquilidade momentânea de qualquer instituição", afirmou.

"Se começarem a perturbar tudo, daqui a pouco muita gente vai dizer 'acaba logo essa investigação porque o país precisa voltar à normalidade'".

A Lava Jato investiga um esquema de corrupção em que empreiteiras teriam formado cartel para participar das licitações de obras da estatal e pagariam propina a funcionários da empresa, operadores do esquema, políticos e partidos.

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O envolvimento de parlamentares está sendo investigado com base nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

Até agora, 40 pessoas respondem a processo na Justiça Federal no âmbito da Lava Jato. Entre elas, dois ex-diretores da Petrobras --além de Costa, o ex-chefe da área internacional Nestor Cerveró-- e 23 réus ligados a seis das maiores empreiteiras do Brasil.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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