O ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta terça-feira a legalidade da operação de busca e apreensão autorizada por ele e feita contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).
A manifestação de Barroso é uma resposta a um recurso, movido pela Mesa Diretora do Senado, que contestou no Supremo a ação da Polícia Federal em desfavor do líder governista, que teve seu gabinete vasculhado por investigadores.
Na resposta a um pedido de esclarecimento feito pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli, Barroso afirmou: "Sem antecipar qualquer juízo de valor sobre o mérito da investigação, é fato incontestável que a Polícia Federal reuniu uma impressionante quantidade de indícios de cometimento de crimes."
Barroso disse ainda que não tinha "outra opção" a não ser decretar a busca e apreensão tendo em vista o "exame criterioso e imparcial dos elementos produzidos" na investigação.
"Não seria republicano nem ético desviar do reto caminho por se tratar de figura poderosa. O direito e a justiça valem para todos", completou.
Mesmo diante da suspeita de que Bezerra tenha recebido 5,5 milhões de reais em propina, o presidente Jair Bolsonaro decidiu mantê-lo à frente da liderança do governo no Senado, no momento em que a Casa tenta aprovar a reforma da Previdência em sua votação final e aguarda a formalização da indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.