Os ministros da área social estão elaborando uma proposta que levarão à presidente Dilma Rousseff, antes da reunião ministerial no dia 27, para reforçar a atuação de forma coordenada entre os diferentes ministérios, inclusive compartilhando orçamentos em algumas ações.
A articulação inclui os Ministérios do Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Previdência, Saúde, Direitos Humanos, Política para as Mulheres, Igualdade Racial, Cultura. O grupo seria coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência.
"Houve uma tentativa nessa linha no primeiro mandato da presidente. Seria bom se retomássemos algo semelhante", disse à Reuters nesta quinta-feira a ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti.
No início primeiro mandato em 2011, a presidente dividiu o governo em quatro grandes áreas e nomeou ministros para coordenar as ações e funcionarem como gerentes, cobrando metas e desenvolvendo ações desarticuladas.
A iniciativa não durou nem um semestre e foi abandonada pela presidente, que passou por um primeiro ano de mandato envolvida com mudanças ministeriais em série, por conta de escândalos de corrupção e disputa entre ministros.
Ideli acredita que essa articulação conjunta do setor social é fundamental para atender às demandas dos movimentos sociais, ter uma ação de governo para o setor e dar musculatura a secretarias com orçamentos menores.
"É imprescindível que a gente reforce essa intersetorialidade", disse a ministra.
Um exemplo, citado pela ministra, de que a ação conjunta poderia inclusive poupar recursos do governo são as ações governamentais para o período do Carnaval.
O Ministério da Saúde tem campanhas publicitárias focadas no uso de preservativos, a Secretaria de Direitos Humanos faz campanhas de conscientização para o público LGBT e de combate à exploração infantil e o Ministério do Turismo também tem suas iniciativas.
"Conversei com o Ministério da Saúde e do Turismo e vamos integrar as ações e dividir os orçamentos de publicidade", explicou Ideli, acrescentando que outras ações coordenadas podem ser mais eficazes do que cada ministro receber pautas de reivindicações dos movimentos sociais individualmente e atender demandas de forma separada.