Jornal: ministros dos STF brincam sobre quem terá o visto cancelado para os EUA após vitória de Trump

Parlamentares dos EUA, aliados de deputados bolsonaristas, pediram cancelamento dos vistos em setembro, mas foram ignorados

6 nov 2024 - 14h34
(atualizado às 15h15)
Plenário do STF em Brasília
Plenário do STF em Brasília
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Após a vitória do republicano Donald Trump nos Estados Unidos, nesta quarta-feira, 6, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram piada sobre a possibilidade de terem o visto americano cancelado. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo

Isso ocorreu porque em setembro, um grupo integrado por quatro deputados e um senador norte-americanos e do partido Republicano, encaminhou uma solicitação de revogação das permissões de entrada no país a todos os magistrados do STF ao Secretário de Estado americano, Antony Blinken. 

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Segundo a colunista, a brincadeira foi feita em uma sala da Corte, quando os magistrados se preparam para uma sessão no plenário. O presidente, Luís Roberto Barroso, os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Kassio Nunes estavam presentes. A piada era sobre adivinhar qual deles teria primeiro o visto revogado por Trump, que é aliado de Jair Bolsonaro (PL). 

Na carta encaminhada à Blinken, o grupo chamava Alexandre de Moraes de "ditador totalitário" e diziam que os demais membros do Supremo eram "cúmplices destas práticas antidemocráticas". Na época, o documento falava sobre o inconformismo com a decisão de Moraes de suspender o X, de Elon Musk, uma punição determinada judicialmente após a negativa de suspensão de perfis da plataforma. 

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Além disso, os parlamentares divulgaram um relatório sobre "o ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil", elaborado pelo comitê de assuntos judiciários da Câmara dos EUA. Os deputados americanos que estiveram à frente das investigações foram municiados por políticos brasileiros alinhados com o ex-presidente brasileiro. 

Apesar da tentativa de suspender os vistos, o pedido foi ignorado pelo governo comandado pelo democrata Joe Biden. 

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No entanto, com a volta de Trump, a pressão pode aumentar sobre a Corte. A meta, conforme a colunista, é dobrar os magistrados para que concordem com a reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, determinada em junho de 2023, e conseguir a anistia quer permitiria que ele concorresse à eleição presidencial em 2026. 

Integrantes do núcleo bolsonarista acreditam que o quadro da Corte pode sofrer mudanças quando os ministros passarem a sentir "o vento contra" da vitória de Trump.

Fonte: Redação Terra
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