Moraes determina afastamento de 7 policiais federais subordinados a Ramagem e que atuavam na Abin para espionagem ilegal

Agentes serviam de 'staff', cumprindo as determinações, monitorando alvos e produzindo relatórios; veja quem são

25 jan 2024 - 15h27
Determinação do afastamento dos agentes foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Determinação do afastamento dos agentes foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Foto: Agência Brasil

Sete policiais federais que atuavam na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e eram subordinados a Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou o órgão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram afastados de suas funções na PF por suspeita de atuarem na espionagem ilegal de políticos e autoridades públicas. 

A determinação do afastamento dos agentes foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Nesta quinta-feira, 25, Moraes retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação da PF para apurar a suposta espionagem ilegal. A investigação aponta que ferramentas e serviços da Abin foram utilizados para monitorar ilegalmente governadores e até integrantes do STF.

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Segundo a Polícia Federal, a Abin teria monitorado ilegalmente os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e o ex-governador Camilo Santana, do Ceará, hoje ministro da Educação do governo Lula, entre outras pessoas.

Informações de bastidores dão conta que todos sete policiais eram próximos de Ramagem e da família Bolsonaro e cresceram no governo por ser pessoas de confiança. De acordo com a decisão, os agentes serviam de "staff", cumprindo as determinações, monitorando alvos e produzindo relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas. 

Na decisão pelo afastamento dos agentes, Moraes determinou, entre outras coisas, a suspensão do acesso de todos os investigados à rede e sistemas da Polícia Federal, bem como a proibição do acesso ou frequência a qualquer dependência da corporação. Os agentes também estão proibidos de manter contato com outros investigados e de deixar o Distrito Federal sem autorização da Justiça. 

Confira nome e função do policiais afastados 

  • FELIPE ARLOTTA FREITAS (policial federal, ocupou coordenação importante do Centro de Inteligência Nacional),
  • CARLOS MAGNO DE DEUS RODRIGUES (policial federal e exerceu cargo de Coordenador-Geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Integridade Corporativa)
  • HENRIQUE CÉSAR PRADO ZORDAN (policial federal e ficou lotado no Gabinete do Diretor-Geral), 
  • ALEXANDRE RAMALHO (policial federal e ficou lotado no Gabinete do Diretor-Geral), 
  • LUIZ FELIPE BARROS FELIX (policial federal e ficou lotado no Gabinete do Diretor-Geral).
  • MARCELO ARAUJO BORMEVET (servidor e Secretário de Planejamento e Gestão, trabalhava com credenciamento de segurança e pesquisa para nomeações.)

Para que serve a Abin

A Abin é o órgão responsável por fornecer informações e análises estratégicas à Presidência da República para contribuir na tomada de decisões. Conforme as investigações, a organização criminosa utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

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Fonte: Redação Terra
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