Moraes marca nova audiência para que Mauro Cid esclareça 'contradições'

Decisão do ministro do STF acontece após PF enviar relatório com informações de omissões de Mauro Cid durante depoimentos

19 nov 2024 - 23h07
(atualizado às 23h22)
Mauro Cid presta novo depoimento à PF, em Brasília, nesta terça-feira, 19
Mauro Cid presta novo depoimento à PF, em Brasília, nesta terça-feira, 19
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid preste novo depoimento. A decisão para uma nova audiência aconteceu após a Polícia Federal (PF) enviar relatório com informações de possíveis omissões de Cid e contradições entre depoimentos e a investigação. 

A defesa do militar e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já foram notificadas sobre a nova audiência, que será presidida por Moraes, marcada para a próxima quinta-feira, 21, às 14h. Na decisão, o ministro aponta que há "contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal". 

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Moraes destacou, ainda, que o objetivo da nova audiência é o "esclarecimentos relacionados aos termos da colaboração (regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade)". 

No âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe para impedir que Lula fosse empossado, em janeiro de 2023, Cid depôs na sede da PF, em Brasília, nesta terça-feira, 19. O interrogatório, no entanto, foi visto com ceticismo pelos investigadores.

Ele negou saber sobre uma suposta trama golpista e planejamento operacional que visava o assassinato do então presidente eleito Lula (PT), seu vice, Geraldo Alckmin, e de Moraes após as eleições de 2022.

Para a PF, o militar fazia 'jogo duplo' com o general da reserva, ex-ministro da Justiça e candidato a vice-presidente de Bolsonaro nas eleições de 2022, Walter Braga Netto. Ele também foi chamado para se explicar sobre mensagens deletadas em seu aparelho celular, apreendido durante a investigação. 

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Após o interrogatório desta terça, a PF enviou ao STF um relatório com informações sobre as omissões de Cid, que podem prejudicar um acordo de delação premiada celebrado entre ele e a corporação. A Corte decidirá, também, se mantém ou rescinde o acordo. 

Se a delação de Cid perder a validade, o tenente-coronel perde os benefícios concedidos, como responder em liberdade. 

No documento remetido ao STF, a PF aponta que Cid descumpriu as cláusulas do acordo firmado no ano passado. Sob efeito prático, se Moraes decidir por rescindir a delação, as provas e depoimentos colhidos seguem válidos, incidindo apenas na perda dos benefícios. 

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Fonte: Redação Terra
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