Mourão sobre ser vice em 2022: 'Estou trabalhando para isso'

Político deseja manter a chapa com Bolsonaro para a próxima eleição

13 set 2020 - 14h20
(atualizado às 14h32)

O vice-presidente Hamilton Mourão foi enfático ao declarar que gostaria de concorrer, novamente, numa chapa Bolsonaro-Mourão em 2022, em entrevista à CNN Brasil na noite deste sábado, 12. "Estou trabalhando pra isso. Venho apoiando todas as iniciativas do presidente, venho procurando facilitar o caminho dele, sendo leal para todas as coisas que ele necessita", disse. "Se ele desejar minha companhia para 2022, marcharemos de passo certo."

Bolsonaro e Mourão participam de cerimônia no palácio do Planalto
17/04/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
Bolsonaro e Mourão participam de cerimônia no palácio do Planalto 17/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Mourão comentou que gostaria de continuar no governo porque isso seria uma forma de prolongar a tarefa de "assentar as bases para que o Brasil tenha um futuro melhor". "Se a gente conseguir terminar todas as reformas que têm de ser feitas de forma que a gente livre o País de toda essa carga que tem de ser retirada, de excesso de tributação, de questão administrativa, que custam muito à Nação... A gente conseguindo fazer tudo isso, deixaria o País num rumo com políticas de Estado bem traçadas."

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De outro modo, Mourão comentou que se Bolsonaro escolher outra pessoa para compor a chapa com ele em 2022, "isso compete a ele". "Não vou sair chorando, de beicinho. Não é assim que funciona. Se ele quiser escolher (outra pessoa), é Brasil. Vamos em frente."

Em relação à disputa direita-esquerda nas eleições, Mourão avaliou que, no campo da direita, Bolsonaro "nada de braçada e nisso ele está tranquilo". Entretanto, o vice disse "não ter dúvidas" de que a esquerda vai tentar construir uma candidatura viável, que "hoje não tem", declarou. "Mas a esquerda tem 25% do eleitorado que vota nela." Sobre o ex-juiz Sergio Moro, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Mourão acredita que ele terá "um longo caminho pela frente" caso queira se candidatar à Presidência. "Ele vai ter de se filiar a um partido... Tem um longo caminho. E se manter no imaginário popular ao combate à corrupção. Temos de aguardar o desenrolar das ações, mas de maneira geral é um nome que sempre é lembrado por parcela da população."

Mourão acredita que as eleições municipais este ano servirão como um bom "termômetro" do que vai emergir em 2022 e afirmou que, "dentro dos limites da lei (eleitoral)", deve apoiar os candidatos do seu partido, o PRTB.

A CNN Brasil indagou Mourão também sobre o ex-assessor da família Bolsonaro Fabrício Queiroz, suspeito de participar de esquemas de "rachadinha" no Rio de Janeiro. "Este assunto está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e temos de aguardar o processo", disse Mourão. "Porque tudo o que temos recebido até agora são vazamentos, já que é um processo que corre em segredo de Justiça. Temos vazamentos pra todo lado." Por isso, Mourão disse preferir aguardar que o processo se desenrole. "Esse episódio é uma coisa que está restrita a um dos filhos do presidente (Flávio Bolsonaro) e, óbvio, uma coisa que atinge sua família é uma coisa que complica. Mas para nós não tem nada a ver. É uma questão particular da família do presidente."

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Mourão declarou também que o presidente Jair Bolsonaro "guarda a sete chaves" o nome que indicará para a vaga do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que se aposenta em novembro. "Isso é um segredo que está nas mãos do presidente e, pelo que eu sei, guardado a sete chaves." Para o vice, porém, o indicado ao STF deveria "ser um jurista de notável saber".

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