Sindicalistas, movimentos de esquerda e dirigentes do PT se deslocaram nesta terça-feira até a cidade de Curitiba para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que amanhã será interrogado pelo juiz federal Sergio Moro.
Centenas de agricultores vinculados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se mobilizaram de diferentes pontos do país e acamparam em uma ampla esplanada da capital paranaense para expressar seu respaldo ao petista, indiciado em cinco causas penais.
Os integrantes do MST montaram uma espécie de assentamento improvisado, com barracas, tendas de lona e cozinhas para alimentar uma multidão de camponeses favoráveis a Lula.
Já na entrada da noite caminharam até a catedral da cidade para realizar uma vigília em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores.
Dezenas de ônibus com militantes de diferentes partes do Brasil se deslocaram nos últimos dias até Curitiba para acompanhar de perto o depoimento que Lula prestará nesta quarta-feira perante Moro, responsável pelos casos da Operação Lava Jato.
Neste processo, Lula responde à acusação de corrupção pela suposta propriedade de um triplex no Guarujá que figura nos registros em nome da construtora OAS.
No entanto, segundo as acusações, o verdadeiro proprietário do apartamento seria Lula, que o teria recebido em troca de "favores" feitos a essa construtora, uma das investigadas na Lava Jato.
Também está prevista a chegada de lideranças do PT, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff.
A segurança foi reforçada perante o temor de enfrentamentos entre defensores e críticos de Lula, que, em menor medida, também se mobilizaram para o depoimento, que marcará o primeiro encontro entre Moro e o ex-presidente.
Há vários dias, vários cartazes espalhados pela cidade dão, em tom irônico, as boas-vindas a Lula "à República de Curitiba" e expressam seu apoio à Lava Jato.
No anúncio aparece um desenho de Lula vestido de prisioneiro, ao lado de uma mensagem que diz "Te esperamos com as grades abertas".