Apesar da série de reivindicações apresentadas à presidente Dilma Rousseff na manhã desta quinta-feira, representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) saíram apenas com a promessa e boas intenções do governo. A presidente prometeu apenas a criação de um grupo de trabalho para discutir os temas mais controversos.
“É óbvio que eles apresentaram um monte de reivindicações e, de forma correta e não demagógica, não vamos dar resposta fácil para contentar só naquele momento”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. “Queremos ter seriedade nessas política.”
"A presidente se comprometeu a criar um grupo de trabalho”, resumiu Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST. Ele disse, no entanto, ter se saído “satisfeito” do encontro. “Foi a mobilização que alterou a agenda da presidente”, afirmou, referindo-se a uma manifestação com 15 mil integrantes do movimento, que chegou a ocupar a Praça dos Três Poderes.
O ponto de principal de divergência é com relação às desapropriações. O MST afirma que os assentamentos no governo Dilma foram de uma média de 13 mil ao ano – “o mais baixo desde a ditadura militar”, nas palavras do movimento. O governo rebate e diz que foram assentadas 75 mil famílias e explica que os números divergem porque o MST não levaria em consideração assentamentos a outros movimentos de trabalhadores rurais.
Para este ano, o governo promete assentar pelo menos 30 mil famílias, apesar da demanda do MST ser de aproximadamente 100 mil. Alexandre Conceição sugere que o movimento pode fazer novas manifestações em torno da reforma agrária ao longo do ano. “2014 será um ano de muita luta para assentar famílias”, disse.
Ontem, mais de 15 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra marcharam na Esplanada dos Ministérios e chegaram à Praça dos Três Poderes. A pressão fez com que Dilma incluísse de última hora uma audiência com o grupo na manhã de hoje.
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Em uma carta endereçada à presidente, os trabalhadores apresentam dez pontos que consideram de solução emergencial. Além da presidente, e dos representantes do MST, participaram ainda do encontro os ministros Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), responsável pela articulação com movimentos sociais.
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Policiais usam armas taser contra manifestantes durante protesto do MST
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom
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Policiais tentam afastar integrantes do MST com spray de pimenta
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom
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Uma manifestação com cerca de 20 mil pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) acabou em confronto com a Polícia Militar na tarde desta quarta-feira em Brasília
Foto: Diogo Alcântara
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O protesto ocorreu na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto
Foto: Diogo Alcântara
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Parte dos manifestantes chegou a jogar pedaços de pau nos policiais, que revidaram com bombas de efeito moral
Foto: Diogo Alcântara
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O MST, que completa 30 anos em 2014, está em Brasília, para, entre outras pautas, levar ao governo federal uma lista de reivindicações sobre políticas de reforma agrária
Foto: Diogo Alcântara
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Os sem-terra participam, até sexta-feira (14), do 6° Congresso Nacional do MST que marca os 30 anos de criação do movimento
Foto: Marcelo Camargo
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Os manifestantes entregaram ao ministro da Educação, José Henrique Paim, carta em que pedem a abertura de mais escolas no campo, melhor transporte escolar e merenda para os alunos, entre outras demandas
Foto: Marcelo Camargo
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De acordo com Paim, o Ministério da Educação vai solicitar ao Senado que aprove, o mais rapidamente possível, a lei que impõe como condição para o fechamento das escolas a consulta à comunidade
Foto: Marcelo Camargo
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Crianças do MST protestam contra fechamento de escolas no campo
Foto: Marcelo Camargo
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No manifesto, que foi feito pelas crianças do movimento e entregue ao ministro da Educação, os sem-terra também pedem atividades extracurriculares e cursos de informática, além da construção de piscinas e quadras esportivas nas escolas no campo
Foto: Marcelo Camargo
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O principal objetivo do evento é discutir e fazer um balanço da atual situação do movimento, traçar novas formas de luta pela terra, reforma agrária e transformações sociais
Foto: Marcelo Camargo
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Crianças do MST exigem melhor educação durante protesto em Brasília
Foto: Marcelo Camargo
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As crianças, filhos de militantes, se instalaram na entrada principal do prédio do MEC, e desdobraram cartazes com críticas ao governo pela precariedade do ensino e pelo fechamento de escolas nas regiões rurais
Foto: Marcelo Camargo
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Os ativistas do Movimento dos Sem Terra (MST) estavam acompanhados por 750 crianças