O Ministério Público do Rio interceptou mensagens de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz. Em conversa com a advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalha com Frederick Wassef, ela reclama das interferências do advogado do clã Bolsonaro na vida da família. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
"A gente não pode mais viver sendo marionete do Anjo. ‘Ah, você tem que ficar aqui, tem que trazer a família’. Esquece, cara. Deixa a gente viver nossa vida. Qual o problema? Vão matar? Ninguém vai matar ninguém. Se fosse pra matar, já tinham pego um filho meu aqui”, afirmou Márcia em conversa no final do ano passado. Ela está foragida desde o dia 18 de junho.
Para os investigadores, "Anjo" era o codinome de Wassef. O defensor teria atuação efetiva na logística para proteger e abrigar Queiroz e seus familiares. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro foi preso em um imóvel em Atibaia, interior de São Paulo, e que pertence ao advogado. Antes, Wassef teria abrigado Queiroz em um apartamento no Guarujá.
As conversas entre Márcia e Ana Flávia mostram que Wassef tinha como plano alugar uma casa em São Paulo e trazer toda a família de Queiroz para morar na capital paulista. No entanto, as duas não concordavam com a ideia.
“O Anjo tem ideias boas, sim, mas na prática a gente sabe que não é igual às mil maravilhas que ele fala”, afirmou a advogada, que também diz que o Anjo "vai fazer terror, né?”.
Nos diálogos, Márcia afirma que o marido estava no "limite" e que temia que a situação prejudicasse o tratamento dele contra o câncer.
Em resposta ao jornal, Wassef negou influência na escolha do paradeiro de Queiroz. "Eu, Frederick Wassef, jamais articulei qualquer rotina de ocultação do paradeiro de Fabrício Queiroz, assim como nunca dei ordens a ele ou à sua família. Da mesma forma, nunca o escondi", disse