"Não represento o PT. Represento a Presidência", diz Dilma

Em entrevista convocada no Palácio do Planalto, a presidente reeleita comentou seus planos para o próximo mandato e assuntos que cercaram sua campanha

7 nov 2014 - 11h01
(atualizado às 11h02)
<p>"É uma vergonha tratar os dois países como iguais", diz Dilma, sobre o conceito de "bolivarianismo"</p>
"É uma vergonha tratar os dois países como iguais", diz Dilma, sobre o conceito de "bolivarianismo"
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Reeleita, a presidente Dilma Rousseff (PT) se encontrou com jornalistas no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira, para uma entrevista a fim de divulgar os planos para seu próximo mandato. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a petista reconheceu que terá pela frente uma tarefa complexa para lidar com a inflação e promover o crescimento econômico do País, depois dos números modestos alcançados durante o seu primeiro mandato.

Durante a entrevista, Dilma falou sobre diversos assuntos relacionados aos seus planos de governo e aos temas levantados durante a campanha deste ano. Entre esses temas, Dilma ressalta as diferenças entre ela e o próprio partido, assumindo que não representa o PT, mas a Presidência da República. "A opinião do PT é uma opinião do partido. Não me influencia. Eu não sou presidente do PT. Sou presidente dos brasileiros", explica. A presidente diz ainda que o PT se queixa sobre xingamentos feitos durante a campanha e ela diz que "não cabe a ela" tais agressões.

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Dilma disse ainda que o diálogo - que propõe desde o seu primeiro discurso após ser reeleita - é sobre assuntos e propostas concretas. "A minha proposta sobre educação é esta. Quais são os pontos em comum que podemos levar juntos?", exemplifica. Mais uma vez, Dilma se desvincula do partido: "Vou ter diálogo com governadores de oposição e governadores de situação. A minha relação com ambos vai ter de ser de parceria". Indagada sobre Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, Dilma se conteve a dizer "Cada pessoa percorre um caminho. Você se encontra no futuro. Não existe nada pré-determinado".

Também sobre a questão da regulação da mídia, Dilma diz que precisa de diálogo e de uma consulta pública. Ela diz que não se trata de interferência em conteúdo ou censura. E avisa que deve abrir as discussões públicas, pela internet, no primeiro ou segundo trimestre.

A presidente citou os Estados Unidos e a Inglaterra, dizendo que, nesses países, a regulação da mídia existe, mas não servirão de exemplo para a regulação no Brasil. "O conceito de oligopólio e monopólio terá que ser discutido, sobretudo o que é concessão", afirma. "Não acho que a Rede Globo é o problema [...] Porque a gente está demonizando uma rede de televisão. Quando você tem que ter regras que valham para todo mundo". 

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Por fim, Dilma ainda comentou o conceito de "bolivarianismo", que tornou-se um termo comum nos discursos da oposição, ao comparar o Brasil à Bolívia. "É uma vergonha tratar os dois países como iguais. É uma excrescência porque não tem similaridade", afirma. "Cheguei à conclusão de que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), integrado pelo PIB brasileiro, é bolivariano. [...] Os órgãos de participação vem desde 1935. Aí você pega o decreto (que regulamenta a criação dos conselhos populares e foir derrubado na Câmara na semana passada) e chama de bolivariano?", indaga a presidente.

Fonte: Terra
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