"Não vi nada de democrático na carta", diz deputado bolsonarista em ato

Coronel Tadeu defendeu o presidente Jair Bolsonaro em manifestação contrária ao discurso do governo contra a segurança do sistema eleitoral

11 ago 2022 - 15h36
(atualizado às 17h36)
Deputado federal Coronel Tadeu, do PL
Deputado federal Coronel Tadeu, do PL
Foto: Karen Lemos/Terra

Com uma camisa bordada com o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Coronel Tadeu (PL), que tenta a reeleição este ano, chamou atenção ao marcar presença na leitura da carta em defesa da democracia nesta quinta-feira, 11, na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.

Em conversa com o Terra, o deputado criticou o teor da carta, que ele decidiu não assinar, e defendeu Bolsonaro, a quem considera como "a pessoa mais democrática do País".

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"Eu não assinei [a carta] porque eu vi que não tem nada de democrático nela. O presidente defende eleições limpas, isso é mais do que democrático para todos nós. Alguém duvida que esse procedimento precise de um protocolo de segurança mais apurado? É só isso que Bolsonaro está pregando", afirmou, citando o discurso do presidente que questiona a segurança das urnas eletrônicas mesmo sem nunca ter apresentado provas. "Esse é o motivo de Bolsonaro não ter assinado essa carta, e é o meu motivo também".

Cartas em defesa da democracia são lidas em ato na USP
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O candidato à reeleição disse ainda que ouviu comentários logo que chegou ao ato, mas não sofreu nenhuma hostilidade. "Ninguém me barrou, mas escutei muitas pessoas dizendo assim: 'esse coronel é corajoso, esse cara é 'peitudo''. Ora, disso eu entendo que não é para eu estar aqui, então? Não é um campo democrático?".

Além do nome de Bolsonaro, a camisa de Tadeu também trazia o bordão do presidente "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", para não restar dúvidas sobre o apoio político do deputado. "As pessoas me veem, tiram fotos, acham estranho, né? Ninguém esperava que um bolsonarista estaria aqui", diverte-se.

Deputado federal Coronel Tadeu, do PL
Foto: Karen Lemos/Terra

"Mas todo sujeito tem direito a se manifestar. Eu andar com uma camisa escrito 'Bolsonaro' como eu estou agora, é democrático. Cada um escolhe seu candidato e todos nós temos que nos respeitar".

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Resultado das eleições

Questionado se o PL e Bolsonaro aceitariam o resultado das urnas, caso o presidente não conseguisse a reeleição, o deputado tentou minimizar a polêmica levantada outras vezes pelo chefe do Executivo, que chegou a dizer que somente Deus o tiraria da Presidência.

"[Aceitar o resultado das urnas] é uma decisão da direção nacional do PL; eu nem da executiva nacional sou, mas acredito que, se perdermos as eleições, e não tiver evidências de ocorreu algum problema, aí admite a derrota e pronto. Mas não é cenário que eu tenho, não; o cenário que eu tenho é, se tudo transcorrer bem nas eleições, Bolsonaro ganha - acho que no primeiro turno até, mas no segundo turno já está sacramentado, é reeleição mesmo".

Afirmação que contraria os resultados das principais pesquisas eleitorais do país, que apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal concorrente de Bolsonaro nas Eleições de 2022, liderando as intenções tanto no primeiro turno como no segundo.  

Fonte: Redação Terra
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