A reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas para discutir a possibilidade de um golpe de Estado no País não foi a única conversa mencionada por Mauro Cid em sua delação à Polícia Federal (PF).
De acordo com a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, o círculo próximo de Bolsonaro já foi informado de que outras reuniões para debater temas não republicanos fazem parte do acordo do ex-ajudante de ordens.
Entre os assuntos discutidos nessas conversas, estão acusações de fraudes nas urnas e estratégias para explorar esse tema.
Novas frentes de investigação
A PF está conduzindo investigações para verificar as alegações feitas por Cid. Uma das medidas inclui a solicitação de registros de entrada no Palácio do Alvorada durante os últimos 4 meses do governo Bolsonaro.
Foi durante esse período que ocorreu a suposta reunião entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas para discutir a possibilidade de um golpe.
Outra estratégia que os investigadores estão empregando para corroborar a delação de Cid envolve a análise de mensagens de celular. Peritos da PF estão examinando não apenas o celular do tenente-coronel, mas também os telefones de seu pai, o general Mauro Lourena Cid, e os 4 celulares do advogado Frederick Wassef.
Cid passou 116 dias preso e conseguiu a liberdade após a homologação de seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Além de envolvimento na suposta tentativa de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o bolsonarista é investigado pela participação na venda ilegal de joias recebidas por comitivas presidenciais e por falsificação dos cartões de vacinação da família Bolsonaro.