O novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse nesta segunda-feira estar completamente "à vontade" ao assumir a pasta, mesmo após fazer críticas, que classificou de "construtivas", ao governo da presidente Dilma Rousseff em entrevista recente.
Ribeiro disse, em entrevista à edição deste mês da Revista Brasileiros, que a concepção do governo Dilma "é, no limite, autoritária" e que "não há autonomia dos ministros", com exceção dos titulares da Cultura, Juca Ferreira, e da Fazenda, Joaquim Levy, a quem Ribeiro classificou de "quase uma intervenção tucana na economia, um símbolo do descumprimento da promessa de campanha".
Indagado sobre se sentia-se à vontade em assumir um ministério após as críticas, o ministro viu no convite que recebeu "um ato de grandeza" de Dilma.
"Muito fácil ficar no poder sem jamais escutar nada, foi sinal de grandeza da presidente, me sinto inteiramente à vontade", garantiu Ribeiro em entrevista coletiva em Brasília, a primeira após tomar posse do cargo. "As críticas que fiz foram construtivas", acrescentou.
O novo titular do MEC também disse não considerar que "aderiu" ao governo, mas que foi convidado para contribuir e afirmou que os ajustes feitos no Fies, programa de financiamento educacional do governo federal, parecem ter resolvido os problemas que surgiram após mudanças em suas regras no final do ano passado.
Ribeiro assegurou ainda que o Plano Nacional de Educação (PNE) será o "guia", a "bíblia" de sua gestão à frente da pasta e defendeu a educação básica em tempo integral como prioridade para o país.
Sobre a expectativa de cortes no orçamento do MEC por conta do ajuste fiscal realizado pelo governo federal, o novo ministro afirmou que ainda não tem informação sobre de que tamanho será esse corte, mas disse que a manifestação feita por Dilma mais cedo, de que as ações estruturantes da pasta serão preservadas. "nos conforta".