Nunes nega motivação eleitoral em ida a igrejas na campanha: 'Tem gente que até virou cristão'

Prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) já participou de três cerimônias religiosas desde sexta-feira, quando começou oficialmente o período eleitoral; emedebista esteve neste domingo na Zona Leste da cidade para agenda de campanha

18 ago 2024 - 16h52

O prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), negou ter motivação eleitoral em suas agendas oficiais em igrejas e afirmou, de forma irônica, que "tem gente que agora até virou cristão" ao se referir a adversários políticos. Desde o início oficial da campanha, na sexta-feira, 16, o emedebista já participou de três cerimônias religiosas. As declarações foram feitas neste domingo, 18, durante visita a uma feira livre no bairro periférico Penha de França, na Zona Leste da cidade.

Prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes durante visita a uma feira livre no bairro periférico Penha de França, na Zona Leste da cidade.
Prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes durante visita a uma feira livre no bairro periférico Penha de França, na Zona Leste da cidade.
Foto: Campanha Ricardo Nunes/Divulgação / Estadão

Na sexta-feira, primeiro dia de campanha, Nunes participou de missa na Diocese de Santo Amaro. No sábado, foi à missa da Feira Vocacional 2024, em Interlagos. E neste domingo abriu a agenda com a inauguração da sede da Igreja Deus Proverá, no Brás.

"Tem gente que agora até virou cristão. Eu participei como vereador durante oito anos da Frente Parlamentar Cristã da Câmara Municipal de São Paulo. Então, já é do meu costume; vou à missa todos os domingos. Faz parte do meu dia a dia. Agora, quando tem eleição, isso acaba ganhando mais visibilidade, mas é algo que eu sempre fiz", disse.

Nunes também rebateu a alegação de que a reunião realizada com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) no Palácio dos Bandeirantes, na quinta-feira, 15, tenha sido motivada pelo avanço do candidato Pablo Marçal (PRTB) nas pesquisas eleitorais para a Prefeitura de São Paulo.

"Eu não estou preocupado com o Marçal, nem com o Nikolas. Ele veio a São Paulo para fazer uma agenda de lançamento de um candidato que apoia uma vereadora aqui, e depois iria comer uma pizza com o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo]. Aproveitei e fomos juntos. Depois, saiu na imprensa que foi uma agenda particular e por causa do Marçal. O que fizemos ali foi aproveitar a vinda dele à cidade de São Paulo", disse.

O ex-coach tem como principal objetivo capitalizar os votos bolsonaristas na cidade, mesmo sem o apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está ao lado do atual prefeito. O empresário tem explorado a aliança pouco confortável entre Bolsonaro e Nunes para se posicionar como o autêntico candidato bolsonarista na eleição paulistana. Em junho, ele chegou a publicar nas redes sociais um encontro com o ex-presidente em Brasília, ocasião em que recebeu as medalhas de "imbrochável", "imorrível" e "incomível".

O candidato à reeleição afirmou ainda que a participação de Bolsonaro durante a corrida eleitoral fortalece a campanha, mas ponderou que deseja focar nas questões relativas à cidade, evitando a nacionalização das eleições.

"É natural que ele participe. Agora, vai depender da agenda dele. Se coincidir algum dia, se tiver alguma agenda em que ele esteja disponível, ele vai participar. Mas na campanha, eu vou focar naquilo que é importante para a cidade, discutir a cidade", completou.

As declarações de Nunes ocorrem após Bolsonaro, em entrevista, afirmar que o atual prefeito não é seu "candidato dos sonhos". Mesmo assim, o ex-presidente disse que manterá o compromisso de aliança firmado entre eles para estas eleições.

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Prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes durante visita a uma feira livre no bairro periférico Penha de França, na Zona Leste da cidade.
Foto: Campanha Ricardo Nunes/Divulgação / Estadão
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