O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma reunião ministerial nesta segunda-feira, 10, data em que seu terceiro governo completa 100 dias. No encontro com os ministros, o petista mostrou um balanço do tempo que está à frente da Presidência da República.
No começo do encontro, Lula exibiu um vídeo em que apresenta algumas das ações implantadas nos primeiros meses de gestão. A peça celebra, principalmente, a retomada de programas extintos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Em seu discurso, o presidente começou comparando o início do atual governo com o do seu primeiro mandato, em 2003, e, sem citar o nome de Bolsonaro, fez críticas a ele. "Eu não tenho o hábito de falar de 100 dias de governo, mas acho que é importante lembrar que da outra vez recebi o governo de um democrata, então foi uma coisa muito leve", disse Lula se referindo a Fernando Henrique Cardoso.
Em seguida, o presidente relembrou os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro, classificando-os como uma tentativa de golpe, e elogiou o "momento em que Planalto, Supremo (Tribunal Federal) e Congresso se juntaram para defender a democracia" dos ataques, e disse que o gesto marcará seu mandato.
"Se juntar todos os presidentes da República [que o Brasil teve] até antes desse último mandato [de Jair Bolsonaro], não gastaram o que esse cidadão [Bolsonaro] gastou na perspectiva de perpetuar o fascismo nesse País", acrescentou Lula.
O petista também citou o slogan dos 100 dias de governo, “O Brasil voltou”, para elencar as ações que implantou na área social. "O Brasil voltou. Antes de tudo, o Brasil voltou a ter governo. Aquele governo que se espelha nos trabalhadores. O Brasil voltou para trabalhar naquilo que devia ser a razão de todos os governos: cuidar das pessoas. Para conciliar novamente crescimento econômico com inclusão social, para reconstruir o que foi destruído. O Brasil voltou a olhar para o futuro", afirmou.
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, também discursou e comentou que Lula está sendo fiel a tudo que prometeu aos eleitores durante a campanha eleitoral, durante a transição e agora.
"O senhor salvou a democracia e de uma tentativa de golpe ela saiu fortalecida", destacou o político, citando também programas como Bolsa Família, Mais Médicos e Minha Casa Minha Vida. "Compromissos rigorosamente cumpridos. [...] Podemos dizer que foram 1000 dias em 100", acrescentou.
Economia
Sobre as ações realizadas para a economia do País, o presidente citou medidas como o arcabouço fiscal e reforma tributária, que ainda precisam ser aprovadas no Congresso. Além disso, Lula voltou a criticar a taxa de juros em 13,75%.
"Embora eu continue achando que 13,75% é muito alta a taxa de juros, continuo achando que estão brincando com o país, brincando sobretudo com o povo pobre e sobretudo com os empresários que querem investir, só não ver quem não quer", disse ele.
Ao falar sobre economica, o presidente também defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad: "Haddad, de vez em quando, eu sei que você ouve algumas críticas. Eu tenho que elogiar, você e a equipe que trabalharam, porque certamente, em se tratando de economia, em se tratando de política tributária, a gente nunca vai ter 100% de solidariedade", afirmou.
"A compreensão da sociedade sobre o que foi feito vale mais do que uma crítica de uma pessoa. Eu tenho certeza que vai ter sucesso. Tenho certeza que vai ser aprovado, e tenho certeza que a gente vai colher os frutos que foram plantados na nossa proposta", acrescentou o petista, se referindo ao arcabouço fiscal.
Investimentos e novas medidas
Lula também apresentou os números já investidos até março em áreas como Saúde, Educação, Habitação, Tecnologia e Hidrovias, além de ter afirmado que irá ampliar investimentos "estratégicos" em obras de infraestrutura.
Segundo o petista, os recursos serão aplicados em transporte, infraestrutura social, inclusão digital, infraestrutura urbana, água para todos e transição energética.
Sobre energia, o presidente afirmou que serão lançados editais para investimentos, especialmente, nas matrizes eólica e solar. Ele também disse que a Petrobras vai financiar pesquisas em combustíveis renováveis e, também, fará mais investimentos.