Onyx: manifestação de domingo é da sociedade; governo deve apenas acompanhar

23 mai 2019 - 17h08

O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defendeu nesta quinta-feira, 23, as manifestações marcadas para este domingo, 26, mas afirmou que não sairá às ruas. O ministro disse que o protesto é um acontecimento da "nova cidadania" e que o governo deve apenas acompanhar e respeitar o movimento.

"Essa é uma manifestação da sociedade. Ela será apenas acompanhada e respeitada pelo governo. É da mesma maneira com as que podem ser favoráveis ou contrárias (ao governo). O que cabe a quem está no governo é ter equilíbrio, serenidade, respeito, porque é a cidadania se manifestando", disse o ministro da Casa Civil, em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Perguntado sobre as pautas dos manifestantes que atacam o Congresso e o Judiciário, respondeu: "Não sei (quais são as reivindicações). Não fomos nós que organizamos, não fomos nós que chamamos". Mas falou de maneira positiva sobre a mobilização: "São as pessoas que assumiram uma posição clara, política, assim como foi nos outros, espontânea, democrática, exercício de cidadania. É domingo. Nunca houve violência, ninguém tem que pagar sanduíche para alguém ir, as pessoas vão espontaneamente, empurrando carrinho de bebê e com o seu chimarrão".

Lorenzoni garantiu que as investigações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) continuarão "sem prejuízo", mesmo com a confirmação da ida do órgão para o Ministério da Economia: "O ministro Moro e o ministro Paulo Guedes vão continuar trabalhando em conjunto, não vai ter nenhum prejuízo para a investigação. E tem mais: a gente pode fazer uma portaria interministerial para pleno compartilhamento daquilo que não for sigilo bancário ou fiscal."

O ministro afirmou que, nas investigações do mensalão, o conselho estava dentro do Ministério da Economia. Também disse que, em outros países, os órgãos equivalentes ficam locados nos respectivos Ministérios de Fazenda ou nos bancos centrais.

O avanço da reforma administrativa, ainda que com modificações, foi comemorado: "Com muito diálogo, tolerância, nós conseguimos garantir 95% da reforma administrativa proposta pelo presidente Bolsonaro. Nós consideramos uma vitória extraordinária, porque podia ser 0% e voltar a 29 ministérios. O Parlamento tem todo o direito de transferir um órgão de um lugar A para um lugar B. Isso foi decidido no voto, com margem muito pequena."

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Sobre as mudanças feitas no decreto das armas, ele afirmou que foi diferente de voltar atrás. "Nós fizemos esclarecimentos e adequações, mas no ponto de vista da constitucionalidade não teve nenhuma questão. O governo ajustou a questão em relação ao mérito. Não há em todo o decreto do presidente Bolsonaro as tais inconstitucionalidades", disse. Os ajustes, afirmou, foram feitos para evitar judicializações a longo prazo.

Para argumentar em favor do decreto, o ministro lembrou que no referendo sobre o Estatuto do Desarmamento, em 2005, o Rio Grande do Sul (Estado pelo qual Onyx é deputado) teve 87% dos votos contra a proibição da comercialização de armas.

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