A operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 8, foi fundamentada na delação premiada fornecida por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Conforme documento obtido pelo Terra, Cid mencionou Filipe Martins, ex-assessor da presidência, e Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, juntamente com outros militares, em sua delação à PF. Essas diligências constituem a mais recente etapa das investigações direcionadas ao suposto "gabinete do ódio" durante o mandato de Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens teria identificado os militares que faziam parte do denominado "gabinete do ódio", responsável por tentar instigar um golpe de Estado com o objetivo de impedir que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse a Presidência da República.
Batizada de Tempus Veritatis, a operação mira aliados militares e políticos de Bolsonaro. Entre os alvos de buscas, estão o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Braga Netto, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou que Bolsonaro entregue o passaporte em até 24 horas.
Foram presos na operação, conforme apuração do Terra, Filipe Martins (ex-assessor especial de Bolsonaro), Marcelo Câmara (coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família do ex-presidente), Rafael Martins (major das Forças Especiais do Exército) e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, também foi preso por porte ilegal de arma.