Operação da PF mira uso de cota parlamentar por assessores de deputados

20 dez 2024 - 07h47

A Polícia Federal (PF) fez buscas nesta quinta-feira, 19, em endereços ligados a assessores dos deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) em uma investigação por suspeita de desvio de cota parlamentar. Os deputados negaram envolvimento com as suspeitas investigadas.

Em pronunciamento na Câmara, Carlos Jordy disse ser vítima de perseguição. O deputado alega que todos os contratos que fechou seguiram os trâmites previstos no regimento da Casa.

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A jornalistas, Sóstenes Cavalcante afirmou que tem convicção da lisura do trabalho de seus assessores e disse que nenhum ilícito foi cometido em seu mandato.

"Eu não contrato quem presta serviço, isso é trabalho do gabinete. Única coisa que eu peço é: 'procurem o preço mais barato'. Até que me provem alguma suspeita, sempre me prestaram relevante serviço", afirmou. "Quero acreditar que esse tipo de investigação não seja nenhum tipo de perseguição política, porque se for, só tenho a lamentar."

Os mandados de busca foram expedidos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da investigação.

Mandados

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As diligências da PF foram cumpridas no Rio de Janeiro, Tocantins e Distrito Federal. A corporação informou, em nota, que os crimes investigados são peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

As primeiras informações sobre a operação apontam para indícios de um esquema, envolvendo também empresários, para desviar verbas das cotas parlamentares. De acordo com a PF, "agentes públicos e empresários teriam estabelecido um acordo ilícito para o desvio de recursos".

'Rent a car'

A operação foi chamada de Rent a Car porque, segundo a PF, uma empresa de locação de veículos teria sido usada para emitir notas falsas e simular contratos de prestação de serviços usados para desviar recursos da Câmara dos Deputados. O Estadão apurou que a empresa é a Harue Locação de Veículos LTDA, de nome fantasia Mobile Rent a Car.

Notas falsas

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A empresa recebeu R$ 841,9 mil de cota parlamentar entre 2015 e 2024. A PF suspeita que a locadora foi usada para emitir notas falsas e simular contratos de prestação de serviços usados para desviar recursos da Câmara dos Deputados. Desse valor, cerca de dois terços (66%) foram provenientes dos dois parlamentares.

É a segunda operação da PF que atinge o deputado Carlos Jordy. No início deste ano, ele foi um dos alvos da Operação Lesa Pátria, que investiga suspeitos de participarem dos atos golpistas do 8 de Janeiro. Os agentes fizeram buscas no gabinete e na casa dele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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